Empregos falsos criados em Portugal legalizam imigrantes nos Países Baixos
Contabilista acusada de celebrar dezenas de contratos fictícios e prestar declarações falsas para facilitar imigração ilegal. Recebia mil euros por cada processo tramitado.
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Uma contabilista do Algarve foi acusada de dezenas de crimes de auxílio à imigração ilegal, falsificação de documentos e falsas declarações. Maria O., 58 anos, elaborava contratos e declarações falsas para legalizar imigrantes, muitos dos quais nunca residiram em Portugal e apenas queriam ter acesso ao espaço Schengen para trabalhar nos Países Baixos. Desde 2016 e até julho de 2023, terá lucrado pelo menos 16 mil euros ao auxiliar 38 imigrantes ilegais, acusa o Ministério Público (MP) de Albufeira.
Segundo o despacho de acusação, Maria O. oferecia uma “via verde” para estrangeiros que se queriam legalizar e trabalhar na Europa. No papel, contratava-os para vendedores, comissionistas ou empregados de limpeza a troco de um salário entre 530 e 600 euros. Porém, não só os imigrantes não desempenhavam qualquer tarefa como eram eles que pagavam à suposta empregadora.