Agente de Rio Tinto, Gondomar, foi informado que não tinha covid-19, quando resultado tinha sido positivo. ARS garante ser alheia ao erro, mas não explica.
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Um erro na comunicação do resultado de um teste à covid-19 fez com que um agente da PSP da Esquadra de Rio Tinto, em Gondomar, continuasse a trabalhar normalmente durante 14 dias, em abril, apesar de estar infetado, contactando com dezenas de colegas e outras pessoas.
O polícia, a quem foi comunicado um resultado negativo, recebeu, passadas duas semanas, um telefonema das autoridades de saúde a avisar que tinha havido um lapso e que, afinal, estava infetado. A Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) garantiu ao JN ser alheia ao erro, sem no entanto explicar como o mesmo aconteceu, nem se existem outros lapsos.
Desde o início da pandemia vários casos de infetados foram registados na PSP de Rio Tinto e, por isso, foi tomada a decisão de testar todo o efetivo, composto por cerca de meia centena de elementos.
Os resultados foram conhecidos no dia 15 de abril. Apenas dois polícias testaram positivo, acabando sujeitos a quarentena, assim como os que com eles lidavam de perto. Entretanto, o restante efetivo, incluindo o falso negativo, continuou a trabalhar normalmente, fazendo as patrulhas diárias.
Correção a 29 de abril
Só no dia 29 de abril, 14 dias depois de ter sido informado de que o seu teste tinha dado resultado negativo, o referido elemento da PSP de Rio Tinto recebeu uma chamada da Delegação de Saúde da sua área de residência, alertando-o para o lapso e para a necessidade de avisar imediatamente os seus superiores hierárquicos. O que ele fez. Nem o doente nem os seus colegas apresentaram, entretanto, sintomas da doença.
Questionada pelo JN, a ARSN confirmou a existência de um erro na comunicação relativamente ao teste do polícia em causa. "Informamos que o lapso verificado na comunicação do resultado negativo ao elemento da PSP de Gondomar, quando efetivamente era positivo, não sendo da responsabilidade de nenhuma autoridade de Saúde, estão a desenvolver-se as diligências necessárias, de acordo com as orientações da Direção-Geral da Saúde", adiantou aquele organismo, sem fornecer quaisquer outras explicações.
Fonte oficial da PSP referiu ao JN que, logo que foi conhecido o erro "de imediato o polícia em apreço e os demais que com o mesmo trabalham de forma permanente e próxima foram colocados em quarentena até realização do teste de despistagem".
A PSP também garante desconhecer a origem do lapso.
Resultados negativos
Do total de elementos da PSP testados ao novo coronavírus, 705 revelaram-se negativos. Todos eles tinham estado em quarentena profilática.
Esquadras abertas
De acordo com uma fonte oficial da PSP, todas as esquadras se encontram a funcionar normalmente, sem perturbações de maior.