Estima-se que tenham sido consumidos em Portugal 640 milhões de cigarros provenientes do mercado negro. Crescimento contraria tendência na UE.
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O contrabando de tabaco lesou os cofres do Estado em 113 milhões de euros só no ano passado, período em que foram consumidos cerca de 640 milhões de cigarros provenientes do mercado negro.
De acordo com um relatório da consultora e auditora KPMG, de 2021, a percentagem de cigarros à margem da lei aumentou 3,9% - o equivalente a 1,3 mil milhões - no último ano, atingindo 35,5 mil milhões de cigarros ilegais consumidos nos estados-membros da União Europeia (UE). O estudo estima ainda que o consumo total de cigarros na Europa diminuiu no mesmo período.
7% de consumo ilegal
Em Portugal, as mesmas conclusões apontam para que 7% do consumo total de cigarros seja proveniente de comércio ilícito, tendo aumentado ligeiramente, o que contraria a tendência média dos últimos anos.
Apesar do crescimento do consumo, o relatório evidencia que cerca de metade dos estados-membros apresentam uma tendência decrescente ou estável em 2021. Entre esses países, encontra-se a Polónia, com uma das maiores quedas em termos de volume do comércio ilegal, registando uma diminuição de 3,7% no consumo ilícito.
É neste âmbito que a Tabaqueira, empresa portuguesa produtora de cigarros associada ao estudo e subsidiária da empresa Philip Morris Internacional, tem trabalhado em conjunto com as forças policiais e as autoridades na luta contra o comércio ilícito de produtos de tabaco, nomeadamente através da celebração de um protocolo de cooperação com a GNR.
Tabaqueira coopera
"É urgente uma ação continuada do Estado e das empresas, para uma maior vigilância por parte de todos os operadores económicos, cadeias de distribuição e autoridades competentes, no sentido de unir esforços para trabalhar em cooperação, e de forma concertada, para uma maior educação e consciencialização de que este é um problema de saúde pública", explica Marcelo Nico, diretor-geral da Tabaqueira, citado em comunicado.
A Tabaqueira, a principal empresa de tabaco a operar em Portugal, pagou mais de três milhões de euros em impostos por dia ao Estado. Cerca de 72% dos 1,2 mil milhões pagos em 2020 são referentes ao imposto especial sobre o consumo (IEC).