Um ex-bancário de Beja foi condenado a cinco anos de cadeia, com pena suspensa, por crimes de burla qualificada, falsificação de documento e falsidade informática com os quais obteve créditos ilícitos com contas bancárias forjadas no valor de 862 mil euros, prejudicando o Banco Santander Totta (BST), onde trabalhava.
Corpo do artigo
Além de Sérgio Páscoa, de 45 anos, considerado o mentor do esquema, o Ministério Público (MP) tinha acusado mais 17 arguidos (13 pessoas e quatro empresas), seis dos quais foram condenados também por terem participado ativamente nos crimes. As penas de prisão foram igualmente suspensas. Os restantes foram absolvidos. O ex-bancário foi absolvido de mais 35 crimes e do pagamento da indemnização que era pedida pelo banco.
O caso foi revelado pelo JN em maio de 2016 mas os crimes já aconteciam desde 2014, como foi provado em tribunal. No acórdão, datado do passado dia 26 de janeiro, a que o JN teve acesso, os magistrados consideraram que Páscoa e os outros dois principais arguidos, António Rodrigues e Tiago Ribeiro, “agiram conluiados em execução de um plano comum que gizaram e no qual repartiram tarefas, criando falsamente perante o BST a de aparência de se tratarem de legítimos empresários em nome individual”.
Conta da mãe
Sérgio Páscoa, que lidava com empresas, aproveitou as suas funções para “interferir no tratamento informático de dados do banco, para conseguir a concessão de créditos e o pagamento de quantias, obtendo um enriquecimento ilícito e [causando] um prejuízo económico à instituição”, referia o MP na acusação. Para isso, “criou e geriu processos de concessão de crédito em que eram assinadas livranças, realizados contratos de conta corrente e assinados cheques em branco”. O dinheiro dos créditos concedido circulava por empresas geridas por testas de ferro e um deles foi concedido à própria mãe.
Para a suspensão da pena, os juízes valorizaram a postura colaborante de Sérgio Páscoa para “a descoberta da verdade”