Martins Pereira, antigo chefe de gabinete do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, admitiu à RTP ter recebido documentação sobre a encenação na recuperação das armas roubadas de Tancos.
Corpo do artigo
O tenente-general Martins Pereira afirma que entregou, esta quarta-feira, ao DCIAP a documentação que havia recebido numa reunião com responsáveis da Polícia Judiciária Militar (PJM). Até agora, o militar garantia apenas ter tido um encontro com os responsáveis da PJM, mas nunca tinha admitido o recebimento de um memorando nessa reunião em que participou o major Vasco Brazão.
9980049
"A documentação verdadeira foi entregue hoje no início da tarde, no DCIAP, pelos serviços do meu advogado", adiantou à RTP.
O ministro da Defesa garantiu, na última semana, total desconhecimento dos pormenores sobre a recuperação das armas roubadas dos paióis de Tancos. "Queria dizer categoricamente que é totalmente falso que eu tenha tido conhecimento de qualquer encobrimento neste processo. Não tive conhecimento de qualquer facto que me permitisse acreditar que terá havido um qualquer encobrimento na descoberta do material militar de Tancos", garantiu aos jornalistas em Bruxelas.
De acordo com fontes do processo, citadas pelo semanário "Expresso" na última semana, Vasco Brazão garantiu no tribunal ter entregado pessoalmente no final do ano um memorando com a explicação de toda a operação ao chefe de gabinete de Azeredo Lopes. E acrescenta que o chefe de gabinete contactou telefonicamente o ministro, à frente dos dois militares da PJM, para o informar da situação.
"Não vou comentar declarações de uma pessoa que eu, tanto quanto sei, nem conheço", acentuou Azeredo Lopes, referindo-se ao major Vasco Brazão, preferindo não se alongar sobre "um alegado facto que está segredo de Justiça".