O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, apresentou, esta sexta-feira, a demissão do Governo.
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Fonte do gabinete do ministro da Defesa disse à agência Lusa que o pedido de demissão foi aceite por António Costa.
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Na base da decisão de Azeredo Lopes estão os desenvolvimentos do processo de investigação judicial ao furto e recuperação das armas furtadas nos paióis de Tancos.
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Nas últimas semanas, várias foram as personalidades políticas que se levantaram a favor da saída de Azeredo da pasta da Defesa, depois de o ministro demissionário ter sido acusado de saber do esquema de recuperação das armas roubadas de Tancos.
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Numa escuta telefónica entre os majores da Polícia Judiciária Militar (PJM) Pinto da Costa e Vasco Brazão, intercetada aquando de uma investigação da Polícia Judiciária civil, o ex-porta voz da PJM garantiu ao colega ter entregado um memorando ao chefe de gabinete do ministro da Defesa. O oficial, entretanto colocado em prisão domiciliária, assegurou a mesma tese no interrogatório judicial: o ministro foi informado da "encenação" cerca de mês e meio depois da recuperação do armamento furtado em Tancos. Azeredo Lopes sempre negou categoricamente ter tido conhecimento de qualquer "encobrimento".
Presidente aceitou exoneração e aguarda proposta de sucessor
Marcelo Rebelo de Sousa aceitou a exoneração de José Azeredo Lopes de ministro da Defesa e aguarda a proposta por parte do primeiro-ministro, António Costa, de nomeação de um sucessor.
Segundo uma nota divulgada no portal da Presidência da República na Internet, "o primeiro-ministro informou esta tarde o Presidente da República do pedido de demissão do ministro da Defesa Nacional", nos termos da Constituição, "mais tendo acrescentado que oportunamente proporia o nome de um substituto".
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António Costa aceitou demissão em respeito pelo ministro
O primeiro-ministro, António Costa, afirma que aceitou a demissão do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, em respeito pela sua "dignidade" e "honra" e para a preservação da "importância fundamental" das Forças Armadas.
Numa nota à comunicação social, António Costa refere que o ministro da Defesa lhe apresentou "formalmente o seu pedido de demissão".
Esse pedido de demissão, refere o líder do executivo, foi apresentado em termos que não podia recusar "em respeito pela sua dignidade, honra e bom nome, e para a preservação da importância fundamental das Forças Armadas como traves-mestras da soberania e identidade nacional no quadro de uma sociedade democrática e moderna".
"Quero publicamente agradecer ao Professor Doutor José Alberto de Azeredo Lopes a dedicação e empenho com que serviu o país no desempenho das suas funções", acrescenta o primeiro-ministro.