Ex-governante diz que está a ser julgado porque investigação confundiu autarcas
O antigo secretário de Estado da Proteção Civil José Artur Neves (2017-2019) defendeu, esta segunda-feira, no Tribunal de Lisboa, que foi envolvido no caso das golas antifumo apenas porque o Ministério Público confundiu a ex-presidente da Câmara de Portimão com a mulher de um dos empresários alegadamente favorecidos.
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Isilda Gomes, atualmente eurodeputada socialista, era à data autarca em Portimão e vice-presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) e, a certa altura, mandou uma mensagem a José Artur Neves a pedir informações sobre a distribuição, em aldeias do país, do kit que incluía as golas antifumo. O Ministério Público terá considerado que a questão fora feita pela presidente da Junta de Freguesia de Longos (Guimarães), Isilda Gomes da Silva, casada com o gerente da Foxtrot, empresa que forneceu os kits, e também arguido.
"Tudo foi desenvolvido nesse pressuposto, que eu era muito amigo da senhora", afirmou esta segunda-feira oi antigo governante, ao ser interrogado no julgamento. José Artur Neves assegurou que a sua única participação no processo foi autorizar a despesa para o procedimento. Questionado pelo tribunal sobre uma eventual explicação para a confusão, o antigo governante associou o sucedido a uma eventual denúncia anónima contra a autarca de Longos.