Ex-líder da Proteção Civil nega ter recebido indicações do Governo no caso das golas antifumo
O antigo presidente da Autoridade Nacional da Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Carlos Mourato Nunes, acusado no caso das golas antifumo, garantiu no julgamento que nunca recebeu indicações da Administração Interna para contratar determinada empresa, tendo-se limitado a aprovar os procedimentos.
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O Ministério Público acredita que o general foi um dos dirigentes da secretaria de Estado da Administração Interna e da ANEPC, então Autoridade Nacional de Proteção Civil, que se conluiaram depois dos incêndios mortais de 2017 para favorecer empresas de amigos com adjudicações diretas no programa "Aldeia Segura - Pessoas Seguras", cofinanciado por fundos europeus. Entre as iniciativas, está a compra de 70 mil golas de autoproteção.
"O relacionamento com o Ministério da Administração Interna era o mais institucional possível. [...] Em circunstância alguma me foi dada alguma indicação ou sequer sugestão de orientar os procedimentos aquisitivo para esta ou aquela empresa", afirmou esta segunda-feira, ao prestar declarações no Tribunal Criminal de Lisboa, Carlos Mourato Nunes. O militar, de 78 anos, assegurou ainda que "não tinha nenhum conhecimento das empresas, dos gestores, dos funcionários, dos familiares que interagiam com a Autoridade [Nacional de Proteção Civil] nos procedimentos aquisitivos".