"Fiquei cheia de medo e a Diana [filha] estava em pânico", afirmou esta terça feira, em tribunal, a ex-mulher do presidente do Rio Ave. Manuela Rodrigues recordou episódios de ameaças de morte, insultos, humilhações e agressões de António da Silva Campos à filha e não tem dúvidas: "Era mais um meio para me atingir a mim".
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Em dezembro de 2018, diz a acusação, Diana foi agredida pelo pai no Santana Hotel & SPA. Manuela diz que, a partir daí, se seguiram "meses terríveis": "Não se vestia, não comia, não dormia, não tomava banho, nunca saía do quarto".
"O pai disse-lhe: "Tu, a tua mãe e o teu tio sóis uns grandes filhos da p... Eu mato-vos a todos!"", afirmou Manuela, que, a 4 de dezembro de 2018, foi buscar a filha a casa de uma funcionária do Santana, que terá ajudado Diana a fugir do pai. A jovem, que desde 2013 trabalhava no hotel da família, estava "em choque", temia pela sua vida, pela vida da mãe e do tio. Tinha ainda um hematoma na cabeça. Contou-lhe que "foi o pai que lhe bateu com a cabeça na parede". Manuela levou-a ao médico. O diagnóstico "foi terrível": depressão grave, sintomatologia ansiosa, esgotamento. Ainda hoje, Diana está medicada e é acompanhada por psiquiatria.
Os problemas começaram com a separação dos pais. Campos, conta a ex-mulher, queria que Diana convencesse a mãe a assinar papéis relativos ao divórcio. "Queria ficar com tudo e deixar-nos sem nada", rematou Manuela, lembrando que o ex-marido a destituiu, a ela e aos três filhos da administração, da ASC (o grupo da família Campos) e, desde então, não sabem nada dos negócios.
O presidente do Rio Ave está acusado de perseguição agravada, injúrias, ofensas à integridade física e ameaças agravadas à filha, à ex-mulher e um ex-cunhado. Nega tudo.