João Paulo Rebelo, o ex-secretário de Estado, que foi ontem alvo de buscas no inquérito que investiga suspeitas de favorecimento em contratos de diagnósticos de covid e na atribuição de um contrato de assessoria a um filho de um ex-dirigente do PS de Viseu, garantiu, esta quarta-feira, estar "de consciência tranquila".
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Em declarações prestadas na Assembleia da República, o deputado confirmou ter sido alvo de buscas. "Estava em Madrid em representação quando tive conhecimento que estavam sete inspetores na minha casa em Viseu e outros sete na casa onde durmo, em Lisboa", disse o ex-governante que esclareceu ainda "o objetivo era aceder ao conteúdo do meu telemóvel".
Após ter regressado a Portugal, João Paulo Rebelo deslocou-se voluntariamente à sede da PJ para entregar o telemóvel.
Recorde-se que o ex-secretário de Estado é suspeito de ter contratado o filho de um antigo dirigente histórico do Partido Socialista de Viseu, José Junqueira, para prestar serviços de assessoria técnica de engenharia ao Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), sem que este fosse legalmente habilitado para o fazer. O ex-governante, atualmente deputado, também está a ser investigado por suspeitas de ter intercedido, enquanto coordenador da execução das medidas de combate à pandemia da covid-19 na Região Centro, na escolha de um laboratório, detido por um antigo sócio.
Sobre esta linha de investigação, João Paulo Rebelo esclareceu que em 2020: "vivíamos em emergência sanitária e tive uma reunião na CIM. Tinha conhecimento de uma empresa que tinha equipamento e recursos para realizar as análises. Sinalizei isso na reunião onde estavam 14 presidentes de câmara de vários partidos. Foi uma informação, apenas isso", afirmou João Paulo Rebelo que sublinhou não estar acusado de nada e "nem sequer arguido", pedido para que a investigação seja célere a esclarecer todos os factos.