O F. C. Porto reclama cinco milhões de euros de indemnização aos arguidos da Operação Pretoriano, que o clube e a SAD, liderada por André Villas-Boas culpam por danos reputacionais e prejuízos financeiros.
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Perdas de receitas, oportunidades de negócio e patrocínios, além de uma quebra na performance de jogadores e equipa técnica, que comprometeu o acesso à Liga dos Campeões. São estes os principais argumentos do Grupo F. C. Porto, liderado por André Villas-Boas, para exigir uma indemnização cível de, pelo menos, cinco milhões de euros aos arguidos da Operação Pretoriano, que tem como principal figura o ex-líder da claque dos Super Dragões, Fernando Madureira.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, o F. C. Porto, que também invoca danos reputacionais, juntou aquele pedido de indemnização civil ao processo Pretoriano, na quinta-feira, cerca de três semanas depois de o Ministério Público ter deduzido acusação contra 12 arguidos.
No pedido, o F. C. Porto garante que os acontecimentos “violentos e desestabilizadores” da assembleia geral extraordinária de 13 de novembro do ano passado geraram perdas de oportunidade de encaixes financeiros em prémios desportivos.
Para a atual direção do clube, os resultados desportivos foram afetados pelo ambiente de tensão que se vivia na estrutura do F. C. Porto. Na argumentação, os azuis e branco garantem que a performance dos atletas e dos treinadores da equipa principal de futebol foi afetada e até afirmam que a época passada foi a pior da dupla Pinto da Costa e Sérgio Conceição. Tudo isso, continuam, veio a determinar que o F. C. Porto não tivesse acesso à Champions League, com uma perda de receita calculada em 40 milhões de euros.
O F. C. Porto também afirma que a conduta dos arguidos causou medo e vergonha aos adeptos portistas, levando igualmente a uma redução nas receitas de bilheteira e de venda de merchandising, assim como a desistências de adeptos da sua intenção de se fazerem sócios do clube azul e branco.
A reputação da instituição também terá sido afetada, o que, segundo a direção dos Dragões, limitou o acesso a fontes de financiamento, além de ter dificultado a negociação de contratos.
Aquela afirma ainda que gastou, pelo menos, um milhão de euros em campanhas comerciais e de marketing para recuperar a confiança e reaproximação da “família portista”.
Queriam calar oposição
Os arguidos da Operação Pretoriano, que ainda podem requerer a abertura de instrução, para tentar evitar o julgamento, foram acusados de crimes de ofensa à integridade física, coação agravada, instigação pública, atentado à liberdade de imprensa e arremesso de objetos ou de produto líquido.
Os arguidos são suspeitos de terem agido com o objetivo de criar um clima de intimidação que calasse as vozes da oposição interna à direção do clube, então encabeçada por Pinto da Costa, durante a assembleia geral extraordinária do F. C. Porto, em 13 de novembro do ano passado. Foram acusados de um total de 31 crimes.