Mulher e companheiro, residentes em Queluz, são suspeitos de burlas e foram detidos pela Polícia Judiciária de Évora.
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Durante mais de dois anos, usou a identidade de uma advogada para burlar uma dúzia de pessoas fragilizadas, nas zonas de Fronteira, Vila Franca de Xira, Lisboa e Sintra. Com a cumplicidade do companheiro, sacou-lhes pelo menos 50 mil euros, fazendo-as acreditar que prestava serviços jurídicos e que arrendava casas. O casal, com 55 e 60 anos, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) de Évora e libertado pelo tribunal, com apresentações bissemanais e proibição de contactos com as vítimas.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, entre as vítimas está um militar da GNR que se viu a braços com um processo de insolvência. Em dificuldades financeiras, o guarda procurou os serviços da arguida, residente na zona de Queluz, e que usava indevidamente o nome de Isabel Ribeiro, uma advogada registada na Ordem. Só deu conta do engodo depois de lhe entregar dinheiro sem ver avanços no seu processo.
"Os atos delituosos ocorreram nos últimos dois anos. Os suspeitos usurpando a identidade da advogada e aproveitando a sua relação de confiança com as vítimas, ofereciam alegados préstimos jurídicos para elaborar contratos de arrendamento, contratos com as operadoras de telecomunicações, pedidos de legalização de estrangeiros e outros, cobrando os respetivos honorários, sem nada resolver", precisa a PJ, que começou a investigar o caso em abril de 2022. A mulher, sem profissão conhecida, pedia entre cem e 500 euros pelas consultas.
Além das falsas consultas jurídicas, a arguida também terá arrendado casas a cujos proprietários nunca pagava a renda. Subarrendava os imóveis a terceiros, regra geral imigrantes, que acabavam por ser confrontados, ao fim de uns meses, pelos reais donos dos prédios.
PORMENORES
Cobrava a mais
Nos subarrendamentos, a falsa advogada cobrava mais dinheiro aos inquilinos do que a verba que tinha contratualizado com os senhorios. Mesmo assim nunca pagou rendas.
Usurpação de funções
A falsa advogada e o companheiro, ambos sem profissão, são suspeitos de burla e usurpação de funções.