A Polícia Judiciária do Porto deteve cinco pessoas suspeitas de abordarem vítimas por telefone e se fazerem passar por bancários para lhes sacar códigos de acesso a contas. Terão lucrado mais de 300 mil euros a cerca de 80 vítimas. Há oito meses, três homens da mesma rede já tinham sido presos.
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Em causa estão crimes de abuso de cartão de garantia ou de cartão, dispositivo ou dados de pagamento, burla qualificada, desvio de dados agravado, acesso indevido agravado e branqueamento de capitais.
"No âmbito desta atividade criminosa, os detidos faziam-se passar por colaboradores de instituição financeira de crédito (operações de vishing), telefonavam de seguida às vítimas, que efetivamente acreditavam que era a entidade financeira que as estava a contatar, uma vez que o interlocutor alertava as vítimas para eventuais operações suspeitas feitas com o seu cartão", explica a PJ do Porto.
Assim, os burlões levavam as vítimas a ceder códigos bancários que permitiam aos criminosos realizarem transferências bancárias de centenas de milhares de euros.
"A informação usada para a prática destes crimes era obtida através do acesso indevido a bases de dados legítimas, a que um dos arguidos acedia no âmbito da sua atividade profissional", precisa a PJ.
O JN apurou tratar-se de um funcionário de uma operadora de telecomunicações que tinha acesso a nomes, moradas e número de contribuinte das vítimas. Esses dados eram usados pelos burlões para dar maior credibilidade na abordagem telefónica.
Depois das vítimas acreditarem no conto do vigário, eram levadas a revelar códigos de transferência recebidos no telemóvel. Na posse dos mesmos os criminosos carregavam contas de casinos online para branquear o dinheiro.
Nesta operação, foram detidos três homens e duas mulheres, com idades entre os 21 e 36 anos e foram ainda realizadas sete buscas domiciliárias e duas não domiciliárias, nos concelhos do Porto, Paredes, Gondomar, Guimarães, Espinho e Aveiro.
São levados ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto esta quarta-feira.