Falta de advogados oficiosos e greve de funcionários mantêm marroquinos detidos há oito dias
Os três marroquinos detidos na quarta-feira da semana passada por roubo a um cidadão português numa rua de Beja continuam à guarda do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e só amanhã vão ser interrogados por um juiz. O atraso da audição dos suspeitos, que estão em situação ilegal no país, deveu-se à falta de advogados oficiosos em Beja e à greve dos funcionários judiciais.
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Os detidos foram presentes a um juiz de instrução, para aplicação de medidas de coação, logo no dia das detenções, mas só foram identificados, por não haver advogados oficiosos para os representar na diligência. Decorria em Beja a instrução do processo de desvio de 1,4 milhões de euros do Santander, com 18 arguidos, muitos deles representados por advogados oficiosos.
Os arguidos ficaram então à guarda do SEF, que os iria apresentar a um magistrado na sexta-feira seguinte, mas a greve de funcionários judiciais levou a novo adiamento do interrogatório, agendada, por isso, para amanhã.
Os detidos terão roubado a carteira, com dinheiro e documentos, e o telemóvel a uma pessoa, junto ao parque de estacionamento da Avenida Miguel Fernandes
Após o alerta, dado cerca das 3 horas, uma patrulha da Polícia deslocou-se ao local e, pelos dados transmitidos pela vítima do roubo, os agentes localizaram os três suspeitos e procederam à sua detenção e ao transporte para a esquadra.
No edifício policial, um deles partiu os vidros de uma das janelas à cabeçada. Sofreu ferimentos ligeiros e foi conduzido ao Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, tendo tido alta médica pouco tempo depois.
O Ministério Público (MP) de Beja viria a confirmar a detenção dos três homens pela prática de furto qualificado e permanência ilegal em território nacional, sendo que o autor da ação violenta na esquadra está também indiciado do crime de dano.