PSP identificou 24 pessoas por detenção de arma proibida. Suspeitos apanhados após vendedor de soqueiras e estrelas de ninja online ter sido detido em 2018.
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Têm entre 20 e 35 anos, são fãs de videojogos e não resistem a comprar online armas reais semelhantes àquelas que usam no mundo virtual. É este, em síntese, o perfil das 24 pessoas agora identificadas pela PSP por posse de arma proibida, no âmbito da operação "Sharp Knife II". A ação, que decorreu ao longo de duas semanas de norte a sul do país, é o culminar de uma investigação iniciada há mais de dois anos e que levara já à detenção, em outubro de 2018, do alegado vendedor dos artefactos em causa, cuja posse é ilegal em Portugal. Até ao momento, foram apreendidas, no total, 182 armas brancas.
O percurso do armamento começou a ser delineado no outono de 2018, quando, tal como o JN noticiou então, um homem com menos de 30 anos ligado à área da segurança privada foi detido em Viana do Castelo, por suspeita de tráfico e mediação de armas. Na altura, teria escondidos em casa e no carro 137 bastões extensíveis, soqueiras, facas de abertura automática, estrelas de ninja e armas elétricas dissimuladas sob forma de lanterna, entre outros objetos.
O suspeito compraria o material em sites internacionais e, posteriormente, revendê-los-ia, através da Internet, em Portugal. O homem ficou então sujeito a termo de identidade e residência e o Departamento de Armas e Explosivos (DAE) da PSP prosseguiu a investigação, titulada pelo Departamento de Ação e Investigação Penal (DIAP) de Viana do Castelo.
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Recebidas pelo correio
Quase dois anos depois, chegou, por fim, a 24 presumíveis compradores, residentes em dez distritos do país, entre os quais Porto, Braga, Lisboa e Faro. Na sua posse, tinham os restantes 45 objetos apreendidos no inquérito em curso, incluindo soqueiras, bastões e estrelas de ninja. Conhecidas também por shuriken, estas últimas são particularmente atrativas para jovens amantes de videojogos.
Paulo Costa, do DAE da PSP, ressalva ao JN que não existe propriamente um comprador típico de armas pela Internet. Mas salienta que, neste caso, os suspeitos integram o padrão dos jogadores virtuais, com idades entre os 20 e os 35 anos, que gostam de adquirir objetos similares aos que usam online, sobretudo shuriken.
Segundo o subintendente, depois de realizarem a encomenda online, os arguidos, sem relação entre si, receberam as armas por via postal. Um procedimento que explica a dispersão territorial da "Sharp Knife II". Os compradores aguardam agora o desenrolar do processo em liberdade, sujeitos a termo de identidade e residência.
49 buscas domiciliárias e não domiciliárias efetuadas pela PSP entre 24 de julho e a última sexta-feira. A operação decorreu em dez distritos do país: Aveiro, Braga, Bragança, Faro, Leiria, Lisboa, Porto, Setúbal, Viana do Castelo e Vila Real. Foram apreendidas, a 24 pessoas, 45 armas brancas.
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Pena até quatro anos
A posse, sem autorização e entre outros artefactos, de armas brancas dissimuladas sob a forma de outros objetos, bastões e estrelas de lançar é punível com pena de prisão até quatro anos ou multa até 480 dias.
Atenuação é possível
Já a venda, fora das condições legais, de armas é punível com entre dois e dez anos de cadeia. A punição pode ser especialmente atenuada se o suspeito deixar voluntariamente a atividade.
PSP deixa alerta
A PSP lembra que nem tudo o que é anunciado online é permitido em Portugal: "Compre em segurança. Em caso de dúvida, contacte a PSP".