Dono de estufas e terreno exigiu 60 mil euros para não destruir plantação. "Cultivador" alegou acreditar ser legal produzir droga para fins medicinais.
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Plantou 23 mil pés de canábis, em duas estufas e num terreno de dois hectares, arrendados a um indivíduo que, ao dar conta do crime de tráfico de droga, tentou extorqui-lo. Exigiu 60 mil euros para não destruir a plantação. Perante a chantagem, o homem, de 35 anos, foi à GNR de Almeirim denunciar o dono dos terrenos, por crime de extorsão, e acabou detido pela posse do estupefaciente. Para a GNR, a tentativa de chantagem acabou por tornar-se a maior apreensão de canábis de que há memória em Portugal.
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De acordo com informações recolhidas pelo JN, quando apresentou queixa, o "cultivador" começou por omitir à GNR que tinha uma plantação de canábis. Mas quando alegou que o dono dos terrenos e das estufas lhe exigia 60 mil euros para não arrasar a exploração, os militares questionaram a "vítima" sobre a natureza das plantas.
Confessou então que eram pés de canábis e que acreditava ser legal cultivar este tipo de plantas em Portugal, se fossem destinadas a fins medicinais ou industriais.
"Os militares pediram-lhe a documentação e as licenças obrigatórias para poder desenvolver este tipo de exploração, que têm regras próprias definidas por lei. Não tinha qualquer tipo de licença", explicou ao JN o capitão Fábio Lopes, comandante do destacamento da GNR de Santarém.
Com o apoio do Núcleo de Investigação Criminal, os militares de Almeirim deslocaram-se até as estufas, que ficavam no meio do monte, a cerca de um quilómetro de uma estrada municipal. Verificaram que eram plantas de canábis e também descobriram que o "cultivador" aproveitava, além das estufas, dois hectares de terreno para a exploração ilegal.
Sem antecedentes criminais, o indivíduo foi detido por tráfico e libertado sob termo de identidade e residência.