Anas Katayas, um estudante francês que residia no Porto, foi acusado pelo Ministério Público de homicídio qualificado pela morte de Paulo Correia, de 23 anos, que agrediu a soco, em outubro de 2021, junto a uma discoteca na rua de Passos Manuel, no Porto.
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A acusação foi deduzida pelo Ministério Público (MP) no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) da Procuradoria da República do Porto contra Anas Katayas e um amigo, também francês, imputando ao primeiro um crime de homicídio qualificado e aos dois um crime de ofensas à integridade física qualificada.
"O Ministério Público considerou indiciado que na madrugada do dia 10.10.2021, junto a um estabelecimento de diversão noturna [a discoteca Boite], no centro do Porto, enquanto aguardavam pela entrada no local, gerou-se uma troca de palavras entre um grupo de cidadãos portugueses, onde se encontravam os três ofendidos e três mulheres de nacionalidade francesa", pode ler-se na acusação.
Confirmando relatos feitos na altura por amigos de Paulo Correia, um estudante de Engenharia Mecânica, as três mulheres afastaram-se do local e foram ao encontro dos dois arguidos "os quais, sabendo do desentendimento, vieram na direção do grupo, com o único propósito de agredir os seus elementos".
"Um dos arguidos [Anas Katayas], ao alcançar um dos ofendidos, desferiu-lhe murros e socos no rosto e na cabeça e, de seguida, foi no encalço da vítima mortal, tendo-lhe desferido, com grande violência, um murro na zona da cabeça, que fez com que a vítima rodasse a cabeça, revirasse os olhos, ficasse com a língua fora da boca, cambaleasse até uma viatura ali estacionada e embatesse na mesma, caindo ao chão, ali ficando prostrada", considera o MP.
O outro arguido, por sua vez, foi na direção do terceiro ofendido e desferiu-lhe um murro, fazendo-o cair no chão, após o que ainda o pontapeou no tórax.
Paulo Correia foi transportado para o Hospital de Santo António, "mas veio a falecer ao fim desse dia, devido às lesões sofridas".
Anas Katayas encontra-se preso preventivamente e o Ministério Público requereu a aplicação da pena acessória de afastamento de território nacional aos dois arguidos.