Frederico Morais venceu eleições conturbadas para o Sindicato da Guarda Prisional
A lista liderada por Frederico Morais venceu as eleições para o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), realizadas na quarta-feira.
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Com a conclusão do ato eleitoral, chega ao fim um processo conturbado, que envolveu pedidos de impugnação e queixas no tribunal administrativo por parte da lista opositora liderada por Jorge Alves que, depois da derrota em 2020, tentou voltar à liderança do sindicato.
A lista A, liderada por Frederico Morais, obteve 993 votos, enquanto a equipa apresentada por Jorge Alves foi a preferida de 788 guardas prisionais. No terceiro lugar ficou a lista de Carlos Dias, com 314 votos. As eleições contaram com a participação de 2150 associados, mas ficou marcada pela abstenção de 1220 guardas prisionais.
Com este resultado, os guardas prisionais sufragaram um projeto de continuidade para o SNCGP, uma vez que Frederico Morais ocupava o cargo de tesoureiro na direção cessante. Esta direção, recorde-se, venceu, em 2020, a lista de Jorge Alves, que vinha liderando o sindicato há 12 anos.
Promoções e contratação de guardas entre as prioridades
Terminado o ato eleitoral desta quarta-feira, chegou ao fim um processo que começou em novembro do ano passado e que se revelou controverso. No dia 24 desse mês, teve lugar um primeiro ato eleitoral, que também foi vencido pela lista de Frederico Morais, mas que seria contestado.
Perante a abertura tardia de uma urna na cadeia de Aveiro, Jorge Alves recorreu ao Tribunal Administrativo de Braga para impugnar as eleições.
Este tribunal encaminhou o processo para o Tribunal Administrativo de Lisboa, que manteve os resultados com a justificação de que Jorge Alves tinha de ter recorrido, em primeiro lugar, à Assembleia-Geral do SNCGP.
Apesar desta decisão, o SNCGP avançou para o segundo ato eleitoral, que confirmou a vitória da lista da continuidade. Ao JN, Frederico Morais foi parco em palavras e reafirmou que as prioridades para os próximos três anos são o descongelamento das promoções, a revisão do sistema de avaliação e desempenho e a abertura de concursos para admissão de guardas. A melhoria das condições de trabalho e a aquisição de viaturas são outros objetivos.
Vencidos, mas não convencidos
O JN também tentou obter uma reação de Jorge Alves, mas tal não foi possível concretizar até ao momento. No entanto, nas redes sociais, o ex-presidente do SNCGP referiu que, “confirmada a vitória da lista A”, endereça “um voto de agradecimento a todos os que depositaram o seu voto na lista B”. “Estou grato pela vossa confiança e peço desculpa por não ter conseguido demonstrar à maioria que éramos a equipa mais preparada para os desafios que se avizinham. Obrigado a todos. Depois disto, continuamos todos guardas prisionais”, afirmou.
Carlos Dias também reagiu através das redes sociais. “Partilho convosco três conclusões que tirei destes atos eleitorais. O primeiro, é que a maioria dos elementos do Corpo da Guarda Prisional que votaram ainda não estão preparados para uma mudança. O segundo, e preocupante para mim, é a abstenção, o desânimo e a descredibilização da maioria do Corpo da Guarda Prisional sobre o SNCGP. O terceiro, e não menos importante, porque é o efeito do segundo, a redução de associados/votantes neste ultimo meio ano”.
O candidato da lista C ainda desejou aos vencedores “o maior sucesso nos próximos três anos na luta pelo Corpo da Guarda Prisional”, mas deixou um aviso. “Camaradas, nunca se esqueçam, não existe nada melhor que um "sonho" para criar um futuro melhor. As "guerras" pelo poder, mais cedo do que o esperado, caem”.