Mulher com 34 anos de casa queixou-se de dirigente à GNR de Vila Verde. Paulo Renato diz que é tudo "fantasia".
Corpo do artigo
Uma funcionária dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde apresentou queixa na GNR local contra o presidente da Direção, Paulo Renato, acusando-o de a ter perseguido, de automóvel, na noite da última quarta-feira.
Lurdes Calais disse ao JN que tem testemunhas presenciais e sublinha que o episódio faz parte de um "clima de perseguição interna", visando despedi-la a todo o custo, apesar de ter 34 anos de casa com "uma dedicação sem mácula" aos Bombeiros.
Em resposta ao JN, o dirigente associativo resume tudo a "uma fantasia sem sentido". "Nunca a persegui a ela nem a ninguém", afirmou, dizendo que tal garantia se reporta quer a aspetos profissionais quer pessoais, já que "não tem nada contra ela, nem tem intenção de a despedir".
Paulo Renato considera "estranho" que a queixa tenha sido feita antes das eleições internas, que decorrem a 4 de dezembro.
Suspensa por discutir
Como pano de fundo do litígio entre a funcionária administrativa e a direção está o processo disciplinar movido àquela, em 2019, que resultou na pena de suspensão de funções por dez dias.
Lurdes Calais terá discutido com um colega de trabalho, tendo Paulo Renato tomado o partido do outro. A trabalhadora diz que a punição foi "injusta e infundada" e que a querem despedir sem causa para tal. Por isso, contestou-a no Tribunal de Trabalho, estando o julgamento marcado para dia 30.
A funcionária salienta que trabalhou mais de 30 anos na instituição, sempre com grande dedicação e fazendo todo o tipo de tarefas, mesmo as que lhe não competiam. Só começou a ter problemas com o atual presidente, já que teve uma cooperação profissional exemplar e de respeito com todos os outros, garante.
Por seu lado, Paulo Renato alega que o processo disciplinar nasceu de um incidente entre funcionários e que a respetiva nota de culpa foi elaborada por um advogado externo aos Bombeiros.
"O resultado do processo de inquérito e a nota de culpa que daí adveio foram analisados favoravelmente pela maioria clara dos membros da Direção e não em função do livre arbítrio do seu presidente", acrescenta.
Para o dirigente, "as questões internas devem ser resolvidas internamente e não levadas para a praça pública, como forma de pressão sobre quem tem a responsabilidade de assegurar a estabilidade geral de uma instituição muito importante no apoio, defesa e proteção da população do concelho".