Funcionária com 35 anos de casa acusava presidente da corporação de Vila Verde. Recebe quase 50 mil euros e julgamento não se vai realizar.
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Recebe 47 500 euros e é despedida dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde. Foi este o acordo feito, ontem, no Tribunal de Trabalho de Braga, entre uma funcionária administrativa da corporação, Lurdes Calais, e o presidente da Direção da Associação Humanitária, Paulo Renato. A primeira acusava o segundo de perseguição.
O entendimento entre as partes ocorreu após as negociações mediadas pelo juiz titular do processo, o que evitou a realização do julgamento.
Contactada pelo JN, Lurdes Calais, de 57 anos e com 35 de trabalho nos bombeiros, disse que só aceitou aquele montante por se tratar de uma associação humanitária, de que também é sócia.
A trabalhadora recorreu ao tribunal após ter sido alvo, em 2019, de um processo disciplinar que culminou numa pena de suspensão por dez dias. Lurdes Calais discutiu com um colega de trabalho, tendo o presidente da Direção, Paulo Renato, tomado o partido do outro. A trabalhadora diz que a punição foi "injusta e infundada" e que a queriam despedir sem justa causa. A seguir, fez queixa na GNR contra o presidente, acusando-o de a ter perseguido, de automóvel, à noite.
Lurdes Calais disse, na ocasião, que vivia um "clima de perseguição interna", visando despedi-la, apesar de, então, ter 34 anos de casa e "uma dedicação completa" aos Bombeiros.
Em resposta, Paulo Renato - que o JN tentou ontem contactar - disse que "nunca perseguiu ninguém", quer pessoal quer profissionalmente. "Não tenho nada contra ela", assegurou, negando ter tido a intenção de a despedir.
Renato acrescentou que o processo nasceu de um incidente entre funcionários, tendo o processo disciplinar e respetiva nota de culpa sido elaborados por um advogado que não pertence nem trabalha com os Bombeiros.