Funcionária pública dizia que multibanco estava fora de serviço e desviava dinheiro
Uma ex-funcionária do Gabinete Médico-Legal de Aveiro começou, hoje, a ser julgada no Tribunal de Aveiro. Maria de Fátima G. é acusada dos crimes de peculato, falsificação de documento e branqueamento de capitais por, alegadamente, se ter apropriado de cerca de 12 mil euros referentes a pagamentos de exames.
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A arguida, que se encontra no Reino Unido, não compareceu esta manhã no tribunal, nem apresentou qualquer justificação para a falta, apesar de ter sido notificada.
O coletivo de juízes decidiu aplicar-lhe uma multa e dar início ao julgamento, por considerar que a sua presença não era essencial. Em janeiro último, o tribunal adiou o início do julgamento devido à ausência da arguida, mas nessa altura não tinha indicação de que esta tivesse sido regularmente notificada.
Maria de Fátima G. era responsável pela marcação, faturação e recebimento dos pagamentos dos exames no Gabinete Médico-Legal de Aveiro. De acordo com a acusação do Ministério Público, entre 2006 e 2012 ter-se-á apropriado de 12 700 euros referentes a 29 perícias, tendo recebido o valor em numerário ou cheque e forjado o comprovativo. Alegava que o multibanco não estava disponível.
Hoje, uma das testemunhas ouvidas, funcionário do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses em Coimbra, que tem sob a sua alçada o gabinete em Aveiro, confirmou que o pagamento em numerário deste tipo de exames era “usual” em Aveiro.