Ministério Público de Beja pede condenação do arguido que trabalha na tesouraria de Câmara e já foi candidato à Junta pelo PS.
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Um antigo funcionário do balcão de Cuba da Caixa Geral de Depósitos que se apoderou de mais 73 de mil euros da conta de um cliente, em 2017, confessou no Tribunal de Beja os crimes de que está acusado: um de peculato, dois de falsificação de documento agravado, um de falsificação informática agravado e um de acesso ilegítimo agravado.
Numa sessão que durou 15 minutos e já incluiu as alegações finais, o arguido, de 36 anos, residente em Aljustrel, e que é também funcionário da tesouraria da Câmara Municipal de Aljustrel, explicou ter usado o sistema "caixa direta online" para aceder à conta do cliente, entretanto falecido.
"É uma situação em que penso todos os dias, lamento os danos causados a todos os lesados. Foi uma fase complicada que não repetirei", justificou-se o acusado, mostrando-se arrependido. O Ministério Público pediu a condenação a pena suspensa, mas quer que o arguido fique proibido de exercer funções públicas. O advogado de defesa só contestou a proibição de funções, por considerar que "mais do que bem" a medida "iria criar graves problemas a uma pessoa que assumiu os erros, colaborou com a justiça e está integrado".
Candidato à Junta
Entre 17 de julho e 20 de dezembro de 2017, o funcionário falsificou as assinaturas dos titulares (o cliente e a mãe), e abriu uma conta em nome dos dois, para poder movimentar as verbas à vontade. Usou cópias dos cartões de cidadão da vítima e da mãe, que conseguiu através do sistema informático da Caixa.
A fraude foi descoberta durante uma auditoria interna. Em janeiro de 2018 o arguido devolveu o dinheiro. Depois de deixar a Caixa, começou a trabalhar na tesouraria da Câmara e já foi candidato por três vezes, pelo PS, à Junta de Freguesia de Ervidel, mas nunca foi eleito. O acórdão será lido na terça-feira..