Uma rede criminosa roubou cerca de 2,5 milhões de euros a 84 idosos espanhóis através de uma elaborada burla.
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Muitas das vítimas perderam as poupanças de uma vida e, no início do mês de junho, 54 membros do gangue foram detidos. Três dos quais em Portugal, por onde passava parte do dinheiro roubado para ser branqueado e de onde eram efetuadas as chamadas telefónicas enganadoras.
O esquema era sempre o mesmo: um membro do grupo telefonava, a partir de Portugal, para o idoso espanhol, e, fazendo-se passar por funcionário do banco, alegava que existia um problema com a conta e forçava a vítima a partilhar dados pessoais.
Essa informação era, depois, partilhada com outros elementos da rede criminosa, que se deslocavam a casa dos alvos e, através da engenharia social, convenciam os idosos a entregar os cartões bancários.
Quando estes resistiam eram intimidados e houve casos em que os burlões entraram nas residências para roubar dinheiro, joias ou outros objetos de valor.
PJ deteve três suspeitos no Algarve
Na posse dos cartões bancários, os elementos do gangue levantavam dinheiro nas caixas multibanco ou pagavam compras feitas online. Conseguiram desta forma, anuncia um comunicado da Europol desta terça-feira, arrecadar cerca de 2,5 milhões de euros.
O dinheiro foi sendo depositado em contas de bancos espanhóis, mas também portugueses e, em seguida, canalizado para um elaborado esquema de branqueamento de capitais, que usava diversas “mulas” de dinheiro.
No dia 4 de junho, as autoridades espanholas e a Polícia Judiciária (PJ) realizaram 19 buscas, durante as quais detiveram 54 elementos da rede criminosa. A Diretoria do Sul da PJ esclareceu que deteve três espanhóis, entre os 25 e os 31 anos, a residir no Algarve, indiciados por burla qualificada e branqueamento de capitais. Todos estão em prisão preventiva a aguardar extradição para Espanha.
“Na operação “Phantom” foram, ainda, realizadas em Portugal 13 buscas domiciliárias e constituídos 14 arguidos, em cumprimento de uma decisão europeia de investigação das autoridades espanholas e, simultaneamente, no âmbito de uma investigação em curso, titulada pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Faro”, acrescenta a Judiciária.
Ainda antes da operação policial, os investigadores espanhóis escutaram os criminosos a planear recorrer a métodos violentos para roubar os idosos que não fossem ludibriados pela burla.