GNR acabou por travar grupo de 12 espanhóis que roubou mais de três milhões de euros.
Corpo do artigo
Um grupo de 12 cidadãos espanhóis, que em dois anos lucrou mais de três milhões de euros com o furto de cofres particulares em 14 dependências bancárias de todo o país, espiou as polícias, com manobras de contravigilância, antes de atuar. O gangue, recentemente desmantelado pela GNR, com a detenção de cinco dos operacionais, continua a ser investigado, tanto em Portugal como em Espanha, em estreita colaboração com a Guarda Civil.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, os elementos que constituíam o grupo têm um amplo historial de crimes idênticos em vários países da Europa e eram na sua maioria conhecidos das autoridades espanholas.
Foi entre junho de 2018 e julho de 2020, que o gangue elegeu Portugal como alvo. E foi preciso uma intensa investigação para os travar. É que os indivíduos eram altamente organizados e metódicos. Nunca deixavam nada ao acaso e tudo era preparado ao pormenor.
Dos 14 furtos planeados, só cinco foram concretizados. Porque, apesar de terem destruído os muros ou portas em todos os bancos visados, abortavam os assaltos, sem levar ouro ou dinheiro, à mínima suspeita da presença das autoridades. E, antes mesmo dos assaltos, não hesitavam em vigiar postos da GNR ou esquadras da PSP, nas localidades onde atuavam. Estudavam as rotinas das autoridades e só depois avançavam para os furtos.
Junto aos bancos, cortavam os cabos de eletricidade e do sistema de alarme e videovigilância, acessível do exterior. E esperavam, discretamente, que as centrais de segurança comunicassem o problema às polícias locais, para que estas se deslocassem ao banco. Sem detetarem sinal de arrombamento ou movimentos suspeitos, os agentes regressavam à esquadra ou posto da GNR.
Depois de as autoridades abandonarem o local, o grupo destruía as paredes do banco para entrar. Arrombavam depois os cofres, cortando o metal com alicates hidráulicos. Com recurso a evoluídos equipamentos eletrónicos, também conseguiam inibir as comunicações entre as agências bancárias e respetivas centrais de segurança e inativar alarmes.
Durante os furtos, uma equipa ficava nas imediações do banco, para avisar, via rádio, quem estava no interior, em caso de aproximação das autoridades.
Mas, com a investigação do grupo e após a identificação do seu "modus operandi", a GNR também alertou os bancos, que adaptaram sistemas de segurança, tendo levado os suspeitos a abortar vários furtos.