A GNR deteve, na quarta-feira, dez homens e uma mulher, com idades compreendidas entre os 25 e os 66 anos, pela prática do crime de corrupção no setor privado da distribuição de publicações, na região de Sintra e Lisboa. O grupo tinha um canal ilícito de distribuição de jornais e revistas e terão causado um prejuízo de centenas de milhares de euros ao Estado e a diversas empresas de Comunicação Social. Foram apreendidos mais de 41 mil euros, armas e publicações, bem como 13 viaturas, entre outros objetos.
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A investigação realizada na sequência de uma denúncia da VASP, empresa de distribuição lesada neste esquema, foi desenvolvida desde 2021, pelo Núcleo de Investigação Criminal do Comando Territorial de Lisboa, e permitiu apurar que os suspeitos, "aproveitando-se das suas funções profissionais, criaram na região de Lisboa um esquema de venda ao público de publicações (jornais e revistas), ilicitamente e em paralelo ao canal regular de distribuição, desrespeitando as regras da concorrência, obtendo proveitos e contrapartidas monetárias indevidas", refere a GNR.
O esquema criado gerou uma diminuição de receitas no Estado e nas empresas lesadas, designadamente nos editores, na VASP e nos pontos de venda, com um prejuízo de várias centenas de milhares de euros anuais.
Foram cumpridos 11 mandados de busca domiciliários, seis em estabelecimentos e 19 em veículos e entre os detidos estão dois funcionários da empresa de distribuição, motoristas e proprietários ou funcionários de pontos de venda.
Foram apreendidas publicações ilícitas de diversos Órgãos de Comunicação Social (imprensa escrita), 41.388,29 euros em dinheiro, 21 telemóveis, 13 viaturas, uma pistola modificada, duas espingardas caçadeiras, uma espingarda de ar comprimido, 51 cartuchos, uma caixa de chumbos calibre 4,5 mm, 15 munições de calibre desconhecido, uma soqueira, um bastão extensível, cinco equipamentos informáticos e um equipamento de videovigilância.
Os detidos serão presente esta quinta-feira no Tribunal Judicial de Sintra para aplicação das medidas de coação. A operação, revelou a GNR, foi realizada pelo Comando Territorial de Lisboa, com apoio da Direção de Investigação Criminal da Unidade de Ação Fiscal, contando ainda com a colaboração da PSP. "A investigação decorreu em articulação com a 3.ª secção do DIAP de Sintra, de criminalidade económica e financeira", sublinhou a Guarda.
"A VASP lamenta profundamente a existência desta rede criminosa, que se aproveitava ilicitamente da sua estrutura de distribuição, para operar em paralelo e obter proveitos monetários indevidos, desrespeitando, assim, as regras da concorrência e tendo lesado, fortemente o Estado, os editores e também a VASP", pode ler-se em comunicado, onde a distribuidora garante que "irá continuar a colaborar com o Ministério Público e com a GNR nesta investigação".