Até 15 de julho, arderam 12 123 hectares de floresta, mais 25% do que no mesmo período do ano passado. Levantadas 1570 multas por falta de limpeza de terrenos.
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Entre 1 de janeiro de 2018 e o início de agosto de 2021, a GNR deteve 224 pessoas por incêndio florestal e identificou 2261 pela prática do mesmo crime. Segundo as autoridades, do total de detenções, 32 foram concretizadas este ano, uma média de quatro pessoas por mês.
Apesar de os números se aproximarem dos resultados de 2020 - ano em que a Guarda deteve 38 incendiários até ao final de agosto -, o país vive atualmente um cenário mais negro quanto à dimensão dos incêndios rurais. O último relatório do Instituto da Conservação da Natureza da Natureza e Florestas (ICNF) indica que, até 15 julho, arderam 12 123 hectares de floresta, mais 25% do que no mesmo período do ano passado. Desde janeiro, ocorreram já 20 grandes incêndios, o maior número desde o trágico verão de 2017, em que deflagraram 46 fogos com uma área ardida que ultrapassou os 100 hectares (ver caixa).
falta de limpeza
Além das investigações que permitiram deter mais de 30 incendiários nos últimos meses, no âmbito do programa Floresta Segura, a GNR arrancou, também, a 16 de maio, com ações de fiscalização para punir quem não limpou os terrenos no período legal.
Até 1 de agosto, os militares instauraram 1570 autos de contraordenação. Há casos de incumprimento em todos os distritos do país, mas Coimbra destaca-se com 216 multas (ver infografia). Viana do Castelo e Faro não estão entre os territórios mais negligentes. Contudo, são os únicos que, até ao início do mês, ultrapassaram o número de coimas face ao último ano.
Em termos globais, comparando com o período homólogo de 2020, em que se contaram 2392 autos de contraordenação, os dados são mais animadores quanto ao cumprimento das faixas de gestão de combustíveis, com menos 822 multas. O distrito de Aveiro, por exemplo, só registou 28 multas, quando o ano passado já levava 203 por esta altura. A Guarda passou de 161 contraordenações em 2020 para 39 este ano; e Viseu reduziu de 106 para 42 o número de sanções.
No lado oposto, o distrito de Viana do Castelo já soma 51 contraordenações e Faro conta com 89. Em ambos os casos, são mais 12 multas do que no último ano, no período homólogo. Ainda assim, Coimbra (216), Setúbal (178), Santarém (175), Vila Real (164) e Braga (154) são as regiões onde se concentram o maior número de proprietários que não cumpriu a lei da gestão de combustível.
Antes de avançar com as punições, os militares realizaram 11 mil ações de sensibilização pelo país, que chegaram a mais de 45 mil pessoas. Foi privilegiada "informação referente à obrigatoriedade do licenciamento para a realização das queimadas e da comunicação prévia para a realização das queimas, assim como de todo o procedimento e cuidados a ter aquando da utilização do fogo", afirmou a GNR na nota enviada ao JN, onde é possível verificar que 2020 foi o ano com menos coimas (6327), ao contrário de 2019 (6871).