
Após a colisão, os traficantes abandonaram a embarcação, idêntica às que transportam haxixe do Norte de África, numa margem do rio, do lado português, e fugiram
Foto: GNR
A ministra da Administração Interna prometeu, esta terça-feira, que o Governo "tudo fará" para deter os suspeitos da morte de um militar da GNR no rio Guadiana, após uma embarcação da Guarda ter sido abalroada por uma lancha rápida, ao largo de Alcoutim.
Corpo do artigo
"O Governo quer formular o compromisso solene de que tudo fará, nomeadamente em articulação com as autoridades espanholas, para deter os autores deste crime", afirmou Maria Lúscia Amaral.
O Cabo Pedro Silva, de 50 anos, morreu numa colisão com uma lancha rápida, ligada ao narcotráfico, no rio Guadiana, no concelho de Alcoutim, distrito de Faro, junto à fronteira com Espanha.
Leia também Cabo que morreu a perseguir narcotraficantes no Guadiana era de Ermesinde
"Em nome do Governo, o Ministério da Administração Interna dirige, neste momento trágico, uma palavra de solidariedade e sentidas condolências à família, aos amigos, à Guarda Nacional Republicana e, em particular, aos militares da Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras", é referido numa nota de pesar do gabinete de Maria Lúcia Amaral.
Na nota, a ministra e os secretários de Estado da Administração Interna e da Proteção Civil expressam ainda votos de rápida recuperação aos três militares que ficaram feridos no acidente.
A embarcação da GNR onde na segunda-feira à noite, no rio Guadiana, morreu um militar foi abalroada por uma lancha rápida, presumivelmente relacionada com tráfico de droga, disse à Lusa fonte da Guarda.

Foto: Direitos reservados
Pedro Silva tinha 50 anos
Três militares sofreram ferimentos
Na sequência de um alerta sobre uma embarcação de alta velocidade que se encontrava no rio Guadiana, foram acionados militares do Destacamento de Controlo Costeiro de Olhão, da Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras, com o objetivo de proceder à sua localização e abordagem.
Durante a intervenção, a embarcação da GNR foi abalroada pela lancha rápida.
Após o embate, a lancha de alta velocidade foi encontrada a arder a duas milhas (quase quatro quilómetros) do local onde ocorreu o acidente no rio Guadiana, ao largo de Alcoutim, no distrito de Faro, tendo os ocupantes fugido, segundo a fonte.
Em comunicado, a GNR adianta que está ainda em curso, no rio Guadiana e nas suas margens, diligências para apurar as circunstâncias em que ocorreu o incêndio e a fim de recolher prova material e localizar os suspeitos.
Estas diligências decorrem com o apoio da Polícia Marítima, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e da Guardia Civil, de Espanha.
A investigação está a cargo da Polícia Judiciária, segundo a GNR.
A GNR acionou o apoio psicológico da Guarda para acompanhamento dos militares envolvidos e respetivas famílias.
Marcelo lamenta morte de militar
Numa nota publicada no sítio oficial da presidência da República na Internet, lê-se que "o Presidente da República manifesta o seu pesar pelo falecimento em serviço do cabo Pedro Manata e Silva, pertencente à Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras da Guarda Nacional Republicana (GNR), vítima de meliantes esta noite no rio Guadiana, quando exercia as suas funções a favor do respeito da lei e da sociedade".
Segundo a mesma nota, "o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa já apresentou pessoalmente as mais sentidas condolências à esposa, filhos e demais família enlutada, bem como as expressa a todos os seus amigos e à própria GNR, neste momento particularmente difícil para todos os seus militares e civis".
"O chefe de Estado está a acompanhar a situação dos três militares feridos, a quem transmite a sua solidariedade e apoio, esperando a sua rápida recuperação", acrescenta-se.
Montenegro quer responsáveis levados à Justiça
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, manifestou "profundo pesar" pela morte de um militar da GNR e assegurou que o Governo tudo fará para "que os responsáveis sejam levados à justiça".
Profundo pesar pela morte de um militar da GNR, numa ação de patrulha no rio Guadiana, em que outros três militares ficaram feridos. Sentidas condolências e plena solidariedade aos familiares, amigos e a todos os militares da GNR. Tudo faremos para que os responsáveis sejam levados à justiça", escreveu Luís Montenegro, numa publicação na rede social X.
Profundo pesar pela morte de um militar da GNR, numa ação de patrulha no Rio Guadiana, em que outros três militares ficaram feridos. Sentidas condolências e plena solidariedade aos familiares, amigos e a todos os militares da GNR.
- Luís Montenegro (@LMontenegro_PT) October 28, 2025
Tudo faremos para que os responsáveis sejam...
