A nova greve dos guardas prisionais da cadeia do Linhó (Cascais), que começou este sábado às zero horas e poderá estender-se até 28 de fevereiro, está a deixar cerca de 500 reclusos à beira de um ataque de nervos.
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O secretário-geral da Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso (APAR), Vítor Ilharco, afirma mesmo que o protesto convocado pelo Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional é um “incentivo à revolta” dos presos. Por isso, apela a estes para que não reajam àquilo que diz ser uma “armadilha” dos guardas. Ao JN, Vítor Ilharco diz que é “estranho” que só nesta cadeia, com um efetivo de 116 guardas, haja greve, após uma outra ter decorrido entre 6 de dezembro e 10 de janeiro. Classifica como “tortura” o protesto, a que atribui um “único sentido”: “Provocar ali revoltas para depois dizerem que precisam de um subsídio de risco”.
Ilharco antecipa que os presos “não vão ter visitas, nem vão receber correio”. “[Os guardas] também não vão deixar entrar comida nem roupa lavada. Achamos que é ilegal e vamos apresentar uma queixa no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos”, ameaça o dirigente associativo.