Segurança dos centros educativos também ficará em risco. Técnicos da DGRSP exigem carreira especial.
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A monitorização dos utilizadores de pulseira eletrónica, entre os quais estão agressores condenados por violência doméstica, poderá estar em causa nos próximos dias 27, 28 e 29. A greve ontem anunciada pelo Sindicato dos Técnicos da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (STDGRSP) para essas datas também deverá afetar a segurança dos centros educativos, onde estão colocados jovens condenados por diversos crimes.
O sindicato representa os técnicos superiores de reinserção social, responsáveis pela elaboração de relatórios sociais utilizados nos tribunais e pela implementação de planos de intervenção em reclusos condenados. Também os técnicos profissionais de reinserção social integram o STDGRSP, e são estes que têm a função de controlar as pulseiras eletrónicas (postas em condenados por violência doméstica ou arguidos em prisão domiciliária) e de vigiar os 116 jovens internados nos seis centros educativos do país.
Segundo o presidente do STDGRSP, Miguel Gonçalves, todos estes serviços serão reduzidos ao mínimo imposto por lei, entre 26 e 29 de maio. "A greve marcada para estes dias terá efeitos na vigilância eletrónica e nos centros educativos, porque o número de técnicos em serviço será bastante inferior ao habitual", refere.
O sindicalista admite ainda que a monitorização das cerca de duas mil pulseiras eletrónicas será deficiente, podendo-se verificar atrasos na reação a eventuais violações das medidas impostas. A segurança dos centros educativos, garantida pelos técnicos de reinserção social, também será reduzida.
Apesar deste perigos, Miguel Gonçalves frisa que a greve tem de concretizar-se, para que sejam resolvidos problemas que se arrastam há cerca de 20 anos. "Há técnicos superiores que não progridem na carreira há 15 anos, porque, alega a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), não há verba. E temos técnicos profissionais, com dez anos de serviço, com ordenados de 709 euros. Recebem apenas mais quatro euros que o ordenado mínimo", justifica.
Além de uma solução para estes problemas, o sindicato exige a contratação de mais profissionais e o pagamento de subsídio de risco a todos os técnicos da DGRSP.