Homem que matou português para "vingar o Profeta" condenado a 20 anos de prisão
O Tribunal Penal Federal de Bellinzona, na Suíça, condenou esta terça-feira de manhã a 20 anos de prisão o homem turco-suíço, hoje com 29 anos, que assassinou à facada o português João Azevedo, num restaurante, em setembro de 2020, em Morges, no Cantão de Vaud.
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De acordo com a imprensa helvética, o arguido foi considerado culpado de homicídio, lesão corporal, tentativa de incêndio e explosão, ameaças, propaganda a favor do Estado Islâmico (ISIS) e violação da lei sobre drogas. No entanto, foi absolvido das acusações de outros atos de propaganda.
A pena vai ser cumprida em regime fechado, sob acompanhamento psiquiátrico. A sentença é ainda passível de recurso.
Em dezembro, o Ministério Público daquele país tinha pedido uma pena de 18 anos de prisão por homicídio, tendo em conta o grau de responsabilidade do acusado, acompanhada de internamento para garantir a segurança pública.
Na leitura do acórdão, o juiz esclareceu que a pena de prisão perpétua "teria sido possível". No entanto, explicou, "era preciso levar em conta a responsabilidade moderadamente diminuída atestada pelos peritos psiquiátricos."
O magistrado exortou ainda o arguido a "aproveitar o tempo que vai passar na cadeia para se tratar e adquirir conhecimentos úteis para si, para os seus entes queridos e para a sociedade".
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Tal com o JN noticiou na altura, o suspeito chegou a confessar o crime à polícia suíça, dizendo que agiu para se "vingar do Estado suíço" mas também para "vingar o Profeta".
O agressor estaria, alegadamente, zangado com a família e era alvo de vigilância ativa, desde 2017, por parte dos serviços de informações helvéticos, que o classificavam como "radicalizado".
Em abril de 2019, o arguido já tinha tentado incendiar um posto de gasolina em Prilly, com a intenção de explodi-lo.
Vítima vivia há dois anos na Suíça
João Pedro da Silva Azevedo era natural de Vila Meã, em Amarante, e tinha 29 anos quando foi assassinado. Antes de ir para Suíça, estudou Engenharia Civil em Coimbra, no ISEC. Vivia na Suíça há cerca de dois anos.