Homicida de "Tona" volta a tribunal por rapto de mulher três meses antes de matar freira
Alfredo Santos, o homem que foi condenado a 25 anos de prisão por ter matado a freira "Tona" em 2019, em São João da Madeira, volta a responder em tribunal.
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Ainda não tinha cumprindo um mês de liberdade condicional, após pena de 16 anos por rapto e violação, tentou raptar uma mulher na garagem da sua habitação para, alegadamente, com ela ter relações sexuais.
A cumprir pena de prisão pelo homicídio da freira Tona, cometido a setembro de 2019, Alfredo Santos terá, agora, que responder por um crime de roubo, um de rapto e outro de ofensa à integridade física, na forma qualificada.
Estes crimes terão sido cometidos em junho de 2019, ainda antes do homicídio da freira e cerca de um mês depois de ter sido colocado em liberdade condicional após cumprimento de pena de 16 anos de prisão por rapto e violação de uma outra mulher.
De acordo com a acusação, a 18 de junho de 2019, Alfredo Santos dirigiu-se, ao final da tarde, a um prédio situado na Avenida Engenheiro Arantes e Oliveira, em São João da Madeira, e tocou a uma das campainhas para que lhe abrissem a porta.
Já no interior do edifício, deslocou-se à garagem comum e esperou que uma das moradoras ali chegasse com a viatura, como habitualmente fazia. Alfredo Santos terá, dias antes, estado a observar os hábitos desta moradora.
Momentos depois, a mulher chegou à garagem e, quando retirava o saco das compras que estava no banco traseiro, o arguido aproximou-se dela e exigiu-lhe a entrega das chaves da viatura.
Como esta recusou, o homem agarrou-a e apertou-lhe o pescoço com o braço enquanto tentava tira-lhe a chave.
Acabaria por conseguir apoderar-se da chave e tentou depois abrir a mala do carro, mas sem êxito, porque não conhecia o mecanismo de abertura.
A vítima tentou fugir, arrastando-se pelo chão, mas o arguido conseguiu agarrá-la novamente e ameaçou feri-la com um objeto cortante, tipo bisturi.
Já depois de conseguir abrir manualmente a mala, quis colocar a mulher lá dentro para sair daquele local, com o objetivo, diz o Ministério Público, de ter relações sexuais com ela.
Apesar das tentativas para colocar à força a vítima dentro da bagageira, ato que durou cerca de 10 minutos, não conseguiu concretizar os seus objetivos.
Acabaria por surgir na garagem um vizinho a quem a vítima pediu auxílio e que levou Alfredo Santos a colocar-se precipitadamente em fuga.
Levou a chave da viatura, mas abandonou-a a cerca de 120 metros de distância do prédio.
A mulher sofreu vários ferimentos e foi assistida numa unidade hospitalar.
Em janeiro de 2020, já com o arguido preso no âmbito do processo do homicídio da freira "Tona", as autoridades foram à casa que tinha sido habitada pelo arguido e encontraram algumas peças de roupa que poderão ter sido usadas pelo homem aquando dos crimes cometidos na garagem.
Na acusação, o Ministério Público lembra o passado de crimes e penas de prisão a que o arguido foi condenado nos últimos anos, para considerar que o mesmo pretendia manter relações sexuais com a vítima que abordou na garagem do edifício.
Recorda que Alfredo Santos se encontrava em liberdade condicional, após cumprimento de pena por crimes da mesma natureza.
O início do julgamento no Tribunal da Feira estava marcado para esta sexta-feira, mas foi adiado devido à greve dos guardas pressionais.