Alfredo Manuel da Silva Santos, de 44 anos, homicida da freira "Tona", em setembro do ano passado, em S. João da Madeira, foi condenado, esta sexta-feira à tarde, a 25 anos de prisão e a pagar uma indemnização à família de 130 mil euros.
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O coletivo de juízes não hesitou em aplicar a pena máxima ao arguido, considerando que agiu de forma "bárbara e repugnante", para satisfazer "os impulsos sexuais" e que, por isso, era necessário o tribunal dar uma resposta "firme".
Alfredo Santos foi condenado a cinco anos pelo crime de rapto e tentativa de violação, três anos por roubo, oito anos por violação agravada, 23 por homicídio qualificado e um ano e oito meses por profanação de cadáver. Em cúmulo jurídico, foi sentenciado aos 25 anos de prisão.
Estas penas dizem respeito aos crimes cometidos sobre a freira, mas também sobre uma outra mulher que tentou violar num parque da cidade de São João da Madeira e que estava igualmente em julgamento.
O Tribunal deu como provado que a morte da freira ocorreu por estrangulamento e que houve violação antes e depois da morte.
Na convicção do tribunal valeu a extensa prova pericial, como autopsia médico-legal, que permitiu precisar alguns dos acontecimentos. O tribunal apenas não conseguiu provar a aplicação do designado golpe de "mata-leão".
O juiz Fernando Cardoso considerou que o arguido "não mostrou qualquer arrependimento, muito menos qualquer arrependimento sério" e que os "sucessivos atos criminosos mostram bem a sua perigosidade".
A advogada do arguido, Cristina Bento, disse ao JN já estar à espera "da pena máxima nesta primeira instância", anunciando que vai recorrer.
Para o advogado que representa a família da freira, Alberto Meireles, "não há satisfação possível" perante os atos cometidos. Ainda assim, afirmou que a família considera que "foi feita justiça", mesmo tratando-se de "crimes hediondos". "Foi uma sentença muito bem fundamentada e justa", considerou.
De acordo com a acusação, o homicida encontrou a freira, Antónia Guerra de Pinho, 61 anos, na manhã do dia 8 de setembro. Alfredo Santos convenceu-a a levá-lo a casa, com o pretexto de estar embriagado. Já na residência, a mulher acompanhou o arguido até ao quarto e, quando se preparava para deixar o local, foi agarrada.
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Tona ainda tentou resistir e fugir, arranhando os braços ao suspeito. Em resposta, foi agredida com um murro na cabeça e na face que lhe provocaram sangramento. A freira acabaria depois por desfalecer ao ter o pescoço apertado.
Em seguida, ainda terá sido violada de forma repetida. Considera o MP que, mesmo sabendo que a freira estava morta, o arguido continuou com as práticas sexuais.
Para alem destes crimes, Alfredo Santos respondeu, ainda, em tribunal por tentativa de violação de uma mulher. O caso ocorreu a 11 de agosto de 2019, quando o arguido surpreendeu uma mulher que circulava numa rua da cidade a pé. Forçou-a a entregar-lhe o telemóvel, apertou-lhe o pescoço e tapou a boca da vítima, que arrastou para junto do Parque Ferreira de Castro.
Por sorte da mulher, um casal que passava na proximidade aproximou-se e a vítima conseguiu libertar-se e pedir ajuda.