Albufeira foi o concelho com maior taxa de criminalidade registada no ano passado, seguindo-se Avis, Mourão, Loulé e Porto. Do outro lado da tabela, destacaram-se dois concelhos das regiões autónomas dos Açores e da Madeira e Condeixa-a-Nova.
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Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados este mês, no ano passado foram registados em Portugal 33 crimes por mil residentes; destes, 17 delitos foram contra o património e 5,4 contra a integridade física. Em 2023, a taxa de criminalidade nacional tinha sido de 35 crimes por mil habitantes.
Olhando ao pormenor, o concelho com o maior número de crimes registados por cada milhar de residentes foi Albufeira, com 78, mais do dobro da média nacional (33). No ano anterior, a taxa de criminalidade neste concelho tinha sido ainda mais alta: 88.
No topo da tabela seguem-se Avis (distrito de Portalegre) com 74,5, Mourão (Évora) com 64,4, Loulé (Faro) e Porto 59,9. Lisboa teve uma taxa de 53,6 o que lhe deu o 11º lugar. No outro extremo da lista destacam-se Corvo (Açores), com 6,9 Lajes do Pico (Açores) com 11,6, Condeixa-a-Nova (Coimbra) com 11,8, Ponta do Sol (12,8), Calheta (Madeira) 12,9 e Sernancelhe (Viseu), com 13,9.
Em termos regionais, o INE contabilizou 26,1 crimes por mil habitantes no Norte, 29,1 na Área Metropolitana do Porto, 27,1 na região Centro, 29,3 na região Oeste e Vale do Tejo, 33,9 na Grande Lisboa, 35,5 no Alentejo e 51,8 no Algarve, a região com a maior taxa nacional. Já a Região Autónoma da Madeira teve 26,5 e os Açores 39,7.
Autarca de Albufeira vai falar com INE
O presidente da Câmara de Albufeira nega que o concelho a que preside desde 2017 seja o mais perigoso do país e contesta o método de cálculo, assente no número de habitantes. “Muitos desses crimes - e estamos a falar, sobretudo, de casos de pouca gravidade - não são cometidos pelos 44 mil habitantes do concelho, mas sim pelos 400, 500 mil que vêm a Albufeira todos os anos. Se esses 500 mil não fizessem parte do cálculo, a taxa seria muito diferente", explicou José Carlos Rolo, ao jornal Expresso.
O autarca, formado em Matemática, lembra que a mesma metodologia já tinha sido utilizada pelo INE na contabilização dos casos de covid-19 “o que dava azo a taxas calculadas erradamente”, pois não tinha em conta a população flutuante. “Tenho de falar com o INE”, adiantou José Carlos Rolo.