Os agentes da PSP envolvidos na detenção de um homem no Barreiro, que motivou o Comando da PSP de Setúbal a abrir um inquérito para averiguar a existência de força excessiva, vão continuar em funções enquanto se desenrola a investigação interna.
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Na origem da abertura do inquérito estão "dúvidas quanto à conformidade dos procedimentos do uso da força executados", indicou a PSP em comunicado depois de analisar as imagens capturadas por vídeo amador.
O caso ocorreu às 17.40 horas desta segunda-feira e foi filmado por moradores na rua Capitão Aviador Francisco Fernandes Carvalho. No vídeo, é possível ver um homem a falar de forma exaltada com um agente da PSP, apontando-lhe os dedos. O polícia segura-o depois pelo pescoço e atira-o contra um vão de escada. Nesse momento, outros três agentes juntam-se para imobilizar o cidadão. Um deles está nas escadas, por cima do homem, a segurá-lo pelo pescoço e a desferir murros na cabeça. O homem é depois imobilizado no chão, algemado e colocado na viatura da PSP.
O caso teve início numa denúncia que dava conta de um ajuntamento com consumo de bebidas alcoólicas na via pública, contrariando as regras do Estado de Emergência.
De acordo com a PSP, ao abordar o grupo, um dos cidadãos visados (o que surge no vídeo) adotou "uma postura de confrontação e oposição contra a ação policial, nomeadamente injuriando um dos polícias". Havendo a suspeita de que o indivíduo tinha na sua posse estupefaciente, foi-lhe comunicado que iria ser sujeito a uma revista sumária, tendo este recusado submeter-se à mesma. "Os polícias procederam à restrição do suspeito e a uma revista coerciva do mesmo, tendo sido encontrado na sua posse haxixe e uma arma branca proibida, denominada 'butterfly', pelo que se procedeu à sua detenção". No transporte e na esquadra, "o detido manteve sempre uma conduta exaltada, agressiva, proferindo ameaças constantes ao agente detentor", aponta a PSP.
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