Ministério Público já recebeu parecer do Instituto Nacional de Medicina Legal e aguarda apenas decisão disciplinar da Ordem dos Médicos para acusar.
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O Ministério Público (MP) de Setúbal já recebeu o parecer do Instituto Nacional de Medicina Legal (INML) sobre a conduta do obstetra Artur de Carvalho no caso do bebé Rodrigo, de Palmela, que nasceu com malformações não detetadas durante a gravidez, e está mais perto de terminar o inquérito. Continua a faltar, porém, no processo crime, a decisão disciplinar da Ordem dos Médicos, que o MP já pediu. O bastonário desconhece o pedido. "A existir, tem de ser respondido", afirmou Miguel Guimarães ao JN.
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O bebé completou na quinta feira um ano e três meses de vida e, apesar do susto que a família sofreu, em outubro, por causa de uma paragem cardiorrespiratória durante o sono, está de boa saúde.
Já tem dentes
A mãe, Marlene Simão, conta ao JN que Rodrigo "começou a receber tratamento de fisioterapia em casa por uma equipa de intervenção precoce de Palmela". Continua a ser acompanhado no serviço de pediatria do Hospital de São Bernardo e otorrino, neurologia, neurocirurgia e genética no Hospital Dona Estefânia. O bebé já tem dentes e come tudo "bem cortadinho".
Acusação em breve
Na justiça, o MP fez chegar em setembro ao INML um pedido de parecer para perceber se Carvalho violou deveres profissionais no acompanhamento da gestação do bebé. O MP recolheu as ecografias feitas pelo médico na clínica EcoSado e recorreu a médicos e enfermeiros, testemunhas no processo, para clarificar o seu conteúdo, pois as mesmas eram impercetíveis. As diligências, presenciais, foram interrompidas pelo Estado de Emergência decretado em março de 2020 e finalizadas antes de setembro.
Este parecer está já na posse do MP e, em conjunto com a decisão da Ordem dos Médicos que ainda não chegou aos serviços do Tribunal de Setúbal, podem vir a sustentar em breve uma acusação criminal contra Artur de Carvalho.
PORMENORES
Suspenso e expulso
Em abril, a Ordem dos Médicos suspendeu Artur de Carvalho por cinco anos, pelo caso do bebé, alvo de expulsão por causade outros cinco casos. O obstetra recorreu.
Reformado
O médico acompanhou a mãe de Rodrigo durante a gravidez e em nenhuma das ecografias identificou as deformações no bebé. Em outubro de 2019 foi suspenso. Hoje está reformado.