Altice International, onde se insere a Altice Portugal, anunciou esta quarta-feira que está a cooperar "ativamente" com as autoridades e garantiu que "importantes" gestores da empresa suspenderam funções enquanto a investigação decorre.
Corpo do artigo
A Altice International, holding do grupo Altice onde se insere a Altice Portugal, fez saber esta quarta-feira que "está a colaborar ativamente" com as autoridades portuguesas para proteger "os interesses do grupo" e, nesse sentido, revelou que a investigação interna na dona da Meo, anunciada há dias, também abrange operações noutros mercados onde a Telecom atua. A holding garantiu que várias personalidades relevantes para as operações do grupo suspenderam funções enquanto a investigação decorre.
Num comunicado enviado à redação, a Altice International anunciou estar a par da investigação do Ministério Público (MP), que suspeita que a Altice Portugal foi, alegadamente, "defraudada em resultado de práticas prejudiciais e má conduta de determinados indivíduos e entidades externas". Segundo a holding, o MP "esclareceu que a investigação estava relacionada com práticas prejudiciais pelas quais a Altice Portugal e as suas subsidiárias são afetadas e, por isso, vítimas de fraude".
"A Altice International está a colaborar ativamente para proteger os interesses do grupo e de todas as suas partes interessadas", lê-se no nota enviada, com a casa-mãe da Altice Portugal a garantir "permanecerá disponível para qualquer esclarecimento, a fim de ajudar na investigação em curso". Nesse sentido, a Altice International fez saber que tomou várias medidas internas. A 14 de julho, um dia depois de a Operação Picoas ter-se tornado pública, a Altice Portugal anunciou que iria avançar com uma investigação interna. Ora, esta quinta-feira, a Altice International revelou já ter dado início a essa investigação não só em Portugal, mas também "noutras jurisdições", nomeadamente nas restantes filiais e mercados onde atua. Além de Portugal, a Altice International também controla as operações do grupo em Israel e na República Dominicana (que até abril de 2022 era liderada por Ana Figueiredo, atual CEO da Altice Portugal), bem como da empresa Teads (empresa dedicada à publicidade digital).
"Com efeito imediato, a Altice International irá rever e reforçar o processo de aprovação de todas as aquisições, pagamentos, ordens de compra e processos relacionados, tanto em Portugal como a nível da Altice International", lê-se.
Acresce que "vários representantes legais, gestores e trabalhadores importantes em Portugal e no estrangeiro" foram "suspensos" das respetivas funções, enquanto a investigação interna (e também a do MP) decorrer.
A casa-mãe da dona da Meo realçou, ainda, que está a "rever os passos apropriados a dar" nos próximos tempos com consultores jurídicos. A Altice International está a ponderar "todas as opções legais [possíveis], em todas as jurisdições".
Leia mais em Dinheiro Vivo