Ivo Rosa foi o juiz sorteado para dirigir a fase de instrução do processo Operação Marquês, que tem como principal arguido o ex-primeiro-ministro José Sócrates.
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O magistrado foi escolhido via sorteio informático, realizado pelas 16 horas desta sexta-feira no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), que se resumia à escolha de um dos dois únicos juízes do TCIC: Carlos Alexandre, o juiz que determinou a prisão preventiva de José Sócrates em 2014, ou Ivo Rosa, que acabou por ser o sorteado.
A fase inicial de inquérito da Operação Marquês foi dirigida pelo Ministério Público, mas contou com decisões e intervenções de Carlos Alexandre, motivo que levou advogados de defesa a pedirem o afastamento deste juiz da fase seguinte, a instrução do processo.
A abertura da instrução, fase processual com caráter facultativo, foi pedida pela maioria dos advogados do processo.
O inquérito da Operação Marquês culminou na acusação a um total de 28 arguidos - 19 pessoas e nove empresas - e está relacionado com a prática de quase 200 crimes de natureza económico-financeira.
O antigo primeiro-ministro, que chegou a estar preso preventivamente durante dez meses e depois em prisão domiciliária, está acusado de 31 crimes: três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 de branqueamento de capitais, nove de falsificação de documentos e três de fraude fiscal qualificada.
A acusação sustenta que Sócrates recebeu cerca de 34 milhões de euros, entre 2006 e 2015, a troco de favorecimentos a interesses do ex-banqueiro Ricardo Salgado no Grupo Espírito Santo (GES) e na PT, bem como por garantir a concessão de financiamento da Caixa Geral de Depósitos ao empreendimento Vale do Lobo, no Algarve, e por favorecer negócios do Grupo Lena.