PSP identificou um terceiro suspeito que ameaçou e atirou pedra para carro da família de técnico do F. C. Porto.
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Dois jovens adeptos do F.C. Porto, membros de uma das claques do clube, já foram formalmente constituídos arguidos por crimes de ameaças e dano qualificado, no caso do ataque à família de Sérgio Conceição, em setembro do ano passado. A PSP, à qual o Ministério Público (MP) confiou a investigação, também já identificou um terceiro suspeito, que só não foi ainda localizado por ter deixado a sua residência habitual.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, os dois adeptos arguidos são aqueles que a PSP conseguiu identificar logo após o incidente que marcou o final do jogo da Liga dos Campeões, entre o F.C. Porto e o Club Brugge, que a equipa belga venceu por 4-0.
O JN sabe que os dois suspeitos foram interrogados, mas não colaboraram com a investigação, que visa identificar os cinco ou seis envolvidos.
São residentes em bairros na zona oriental da cidade e assíduos frequentadores do Estádio do Dragão, por serem elementos afetos a uma claque do F. C. Porto. Tal como o terceiro suspeito já identificado, estes dois indivíduos têm ficha policial por roubos, furtos e pequeno tráfico de droga, o que foi determinante para conseguir identificá-los.
A investigação baseou-se em imagens de videovigilância prontamente disponibilizadas pelo F. C. Porto, pela Metro do Porto e por outras entidades situadas nas imediações.
"Vão-se embora"
Foi na noite de 13 de setembro, cerca das 23 horas, que a esposa do técnico saiu, de carro, do parque de estacionamento. Ao passar nas imediações do Museu, o grupo de adeptos começou a insultar a família. Pelo que apurámos, gritaram: "Vão-se embora" e "são uns chulos". Logo a seguir, o veículo, onde seguia Liliana Conceição e os filhos Rodrigo (22 anos) e Moisés (21) e a namorada do mais velho, começou a ser apedrejado, deixando a família em pânico. Os atacantes fugiram e Liliana foi de imediato participar o caso a dois agentes da PSP.
Os insultos foram dirigidos a todos e, por isso, a principal tese é de que o objetivo fosse agredir familiares de Sérgio Conceição, por estarem insatisfeitos com as prestações da equipa portista. v
Sem detenções
Os suspeitos do ataque não podem ser detidos. A lei não admite que sejam emitidos mandados de detenção por crimes menores e, como tal, apenas podem ser constituídos arguidos, com simples termo de identidade e residência.
F.C. Porto repudiou
Após o incidente, o F.C. Porto repudiou o ataque e lamentou a "falta de proteção das autoridades", além de apelar a que "o autor ou autores deste ato selvagem sejam rapidamente responsabilizados".