Os dois homens identificados pela PSP como principais suspeitos do apedrejamento ao carro da família de Sérgio Conceição não podem ser detidos. A lei não admite que sejam emitidos mandados de detenção por crimes menores e como tal apenas poderão ser constituídos arguidos, sem aplicação de medidas de coação, além do simples Termo de Identidade e Residência.
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De acordo com informações recolhidas pelo JN, a PSP reuniu elementos de prova para imputar crimes de dano e ameaça, além de eventuais ofensas à integridade física, na forma tentada. Segundo o Código Penal, estes ilícitos não permitem a aplicação da medida de coação de prisão preventiva e, como tal, também não podem ser emitidos mandados de detenção fora de flagrante delito. Só poderiam ter sido detidos se fossem apanhados em flagrante, na noite do ataque.
Recorde-se que pouco depois das 23 horas, após o jogo dos portistas frente ao Club Brugge para a Liga dos Campeões, que a equipa belga venceu por 4-0, a mulher do treinador do F.C. Porto saiu do parque de estacionamento do Estádio do Dragão. Ao passar nas imediações do Museu, o grupo de adeptos, composto por quatro ou cinco indivíduos, começou a insultar a família. Pelo que apurámos, gritaram: "Vão-se embora"; "são uns chulos". Logo a seguir, o veículo começou a ser apedrejado, deixando a família em pânico.
A investigação da PSP permitiu, nos últimos dias identificar os principais autores. O JN apurou serem residentes no Grande Porto, assíduos frequentadores do Estádio do Dragão, por serem elementos afetos a uma das claques do F. C. Porto, e com ficha policial por roubos, furtos e pequeno tráfico de droga.
O diretor nacional da PSP, Magina da Silva, lamentou o ataque ao carro da família de Sérgio Conceição, mas lembrou, em declarações à SIC, que o apedrejamento ocorreu já no final do policiamento relacionado com o jogo de futebol. Ainda assim, disse que os polícias não conseguem "estar em todo o lado a toda a hora". O diretor sublinhou que a resposta da PSP foi eficaz por já terem sido identificados suspeitos.