Ex-líder do Boavista intermediou venda da companhia dona do avião onde seguiam 500 kg de cocaína.
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O negócio da venda da empresa portuguesa proprietária do avião em que foram encontrados 500 quilos de cocaína, em Salvador, no Brasil, a brasileiros, com intermediação de João Loureiro, não está, pelo menos para já, na mira da Polícia Federal Brasileira (PFB) que está a investigar o caso, confirmou ao JN fonte oficial daquela Polícia.
O advogado Rowles Magalhães Pereira da Silva, que chegou a ser assessor do governador do Estado de Mato Grosso, tem um contrato de compra e venda para adquirir a OMNI - Aviação, SA, dona do avião. Segundo o seu advogado, Ricardo Monteiro, o negócio apenas aguardava um financiamento de um banco português para avançar e João Loureiro estaria a servir de intermediário.
Ontem, fonte próxima de João Loureiro confirmou ao JN que este vendeu "uma sociedade que terá servido para formalizar um contrato de promessa de compra da OMNI". "Rowles Magalhães e Ricardo Agostinho iniciaram contactos para aquisição de capital da OMNI e, para a finalizar, precisavam de ter uma empresa em Portugal", continua a fonte, explicando que "devido a todos os problemas provocados pela covid, não estavam a conseguir constituir uma empresa em Portugal".
A proposta de venda da sociedade, chamada Aristopreference, Lda., com sede no Porto, que "nunca iniciou atividade" terá partido de João Loureiro, que a vendeu pelo "valor de custo".
A venda da OMNI não se concretizou e a empresa continua a ser gerida pela Administração atual. Questionada pelo JN, fonte da PFB assegurou que o negócio não está, para já, a levantar suspeitas, no que ao tráfico de droga diz respeito.
João Loureiro, que tem estado totalmente disponível para colaborar com a Polícia, foi ouvido durante quatro horas, como testemunha, e cedeu mensagens e fotos do seu telemóvel.
PORMENORES
Portugal investiga
A droga tinha como destino o Aeródromo de Tires, e por isso, o Ministério Público abriu formalmente um inquérito. A Polícia Judiciária já está no terreno.
Carro abandonado
O carro de Mansur Ben Barka, o segundo passageiro do avião, que ficou estacionado junto ao Aeródromo de Tires, já foi apreendido pela PJ. O indivíduo, conotado com o tráfico internacional, já saiu do Brasil.
Futebol
O jogador do Benfica Lucas Veríssimo, os empresários de futebol Bruno Macedo e Bruno Santos, Hugo Cajuda e um empresário ligado aos vinhos chegaram a constar da lista de passageiros.