
José Preto é o novo defensor do antigo primeiro-ministro José Sócrates
Foto: Rodrigo Antunes / Lusa
José Preto, um advogado conhecido por ter uma oratória contundente, é o novo defensor do antigo primeiro-ministro José Sócrates, no julgamento da Operação Marquês, que já não deve retomar dia 4 de dezembro. O representante do ex-governante pediu cinco meses e meio para consultar o processo, mas a juíza-presidente do coletivo já recusou, dando dez dias a José Preto para se inteirar dos autos.
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José Sócrates, principal arguido do processo, dispensou o advogado oficioso José Manuel Ramos, que havia sido nomeado pelo tribunal, depois de Pedro Delille ter deixado de o representar.
No "palco" da sala de audiência do Campus da Justiça em Lisboa, chega agora José Preto, que chegou a criticar a comunicação social quando defendeu Frederico Carvalhão Gil, ex-agente do SIS condenado por espionagem a sete anos de cadeia. Nas redes sociais acusou uma televisão de ser o "boletim oficioso do Ministério Público".
Também ficou conhecido por defender Bruno de Carvalho numa providência cautelar contra a direção do Sporting, além de ter representado jovens que protagonizaram uma manifestação em frente à Assembleia da República, que terminou com apedrejamento contra a PSP. Ainda defendeu os ocupas da Escola da Fontinha, no Porto.
José Preto já enviou um ofício ao coletivo de juízes a pedir um prazo de cinco meses e meio para poder tomar conhecimento do processo. Porém, a magistrada Susana Seca já recusou.
"O prazo para exame dos autos, atenta a natureza urgente, a complexidade e dimensão do processo e o facto de o julgamento se encontrar em curso, é de 10 dias a contar da notificação do presente despacho, uma vez que o processo se encontra disponível para consulta (...), indeferindo-se o prazo requerido (cinco meses e meio), que não se compagina com os princípios de continuidade da audiência de julgamento, da celeridade processual, nem com o direito das defesas a um julgamento com decisão num prazo razoável", escreveu a juíza-presidente do coletivo.
Na Operação Marquês, Sócrates responde por 22 crimes, incluindo três de corrupção, por ter, alegadamente, recebido dinheiro para beneficiar o grupo Lena, o Grupo Espírito Santo (GES) e empreendimento Vale do Lobo.

