Estudantes, residentes em Olhão e inseridos na comunidade. Este é o perfil dos onze jovens suspeitos de, pelo menos, oito crimes de roubos e agressões, só em janeiro. São oito rapazes e três raparigas, portugueses, e têm entre 14 e 16 anos. Os três mais velhos e "mais ativos e violentos" foram detidos e os restantes identificados, esta segunda-feira, pela PSP.
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Estão indiciados por cinco crimes de roubo, quatro de ofensa à integridade física qualificada e um de dano com violência. Uma das vítimas foi um cidadão nepalês, filmado a ser brutalmente agredido. Entre as vítimas há também um sem-abrigo, que a PSP tenta identificar, e um jovem brasileiro, de 16 anos, atraído por uma rapariga a uma emboscada.
Os jovens atuavam, com violência gratuita, para se afirmarem nas ruas de Olhão, acredita a PSP. Comunicavam num grupo fechado do Instagram, com o nome "8700" (o código postal de Olhão). Combinavam dias, horas e locais para se reunirem e partilhavam fotografias e vídeos com o resultado dos roubos.
Em conferência de imprensa, o comandante distrital da PSP de Faro, Dário Prates, explicou que "a atuação do grupo passava pela escolha de vítimas especialmente vulneráveis, quer em razão da sua naturalidade (comunidades indiana e nepalesa) quer pela sua condição social (de sem-abrigo), ou pela idade", referindo-se à vítima mais nova. Aproveitavam a "força do coletivo, alicerçados numa extrema violência gratuita e espontânea, especialmente por parte dos três dos jovens com maior ascendência no grupo". A principal motivação seria "a promoção da sua afirmação nas ruas de Olhão". A maioria das vítimas é indiana e nepalesa, mas há-as de outras nacionalidades, incluindo a portuguesa.
A PSP visualizou mais de 20 mil vídeos e centenas de horas de imagens recolhidas pelas câmaras do circuito de videovigilância da cidade de Olhão. "Foi possível relacionar o grupo com oito ocorrências só no mês de janeiro" e avançar, esta segunda-feira, para as buscas domiciliárias e as detenções fora de flagrante.
Os detidos serão presentes esta terça-feira a tribunal. O futuro dos outros jovens, mais novos, será decidido pelo Tribunal de Menores.