O caso da menor de 16 anos que matou a irmã, de 19, à facada por motivos fúteis - desavenças por causa de um telemóvel - e enterrou o corpo num terreno próximo de casa, em Peniche, voltou a fazer soar alarmes sobre a criminalidade violenta entre as faixas etárias mais novas.
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O mais recente alerta veio do diretor da Polícia Judiciária de Leiria que, em conferência de imprensa sobre o caso, referiu que as autoridades têm assistido, cada vez mais, a uma "grande intolerância dos jovens para com o confronto". Apesar de ter sublinhado que o caso é "completamente incomum", Avelino Lima voltou a chamar a atenção para o facto de a tolerância estar "a desaparecer da nossa juventude", que passa "facilmente à violência". "Basta ver a criminalidade com utilização de armas brancas associada à delinquência juvenil, por exemplo. Isto é algo sobre o qual devíamos todos refletir", alertou.
E os números vão mostrando isso mesmo. A delinquência juvenil, que envolve crianças com idades entre os 12 e 16 anos, registou no ano passado um aumento de 50,6%. Episódios violentos protagonizados por grupos rivais, incluindo homicídios, levou, inclusive, o Governo a criar, no ano passado, a Comissão de Análise Integrada da Delinquência Juvenil e da Criminalidade Violenta para analisar o fenómeno e encontrar formas de o combater.