Paulo Registo tornou oculta página no Facebook com imagens no Estádio da Luz e comentários sobre arbitragem.
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O magistrado Paulo Registo, indicado para presidir ao coletivo de juízes do julgamento de Rui Pinto, é confesso adepto benfiquista. A prova estava disponível na sua página pessoal na rede social Facebook, onde eram visíveis fotos com amigos no Estádio da Luz e com cachecóis do clube encarnado. Eram porque, após ter rebentado a polémica sobre a sua preferência clubística, foram ocultadas as fotos ao público naquela rede social.
A polémica foi levantada anteontem por Pedro Bragança, comentador do Porto Canal que acompanhou Francisco J. Marques nos programas de revelação dos e-mails do Benfica. No Twitter, o adepto portista revela que o coletivo de juízes em que está Paulo Registo também vai julgar o caso e-Toupeira. Em tom irónico, fala em "extraordinária coincidência" pelo sorteio ter atribuído estes dois processos a um "juiz especial".
Juiz com cachecol
Pouco depois de Bragança ter levantado a polémica, várias fotografias do juiz Paulo Registo, quer com camisola e cachecol do Benfica, quer no Estádio da Luz, começaram a circular na Internet, onde também surgiram capturas de ecrã de comentários menos abonatórios do magistrado contra árbitros que apitavam jogos dos encarnados. As fotos e os comentários eram, quase todos, do ano passado.
Não demorou muito tempo até o juiz tornar as fotos não acessíveis a qualquer pessoa que visitasse a sua página de Facebook.
Contactado pelo JN, Francisco Teixeira da Mota, advogado de Rui Pinto, disse estar preocupado com o que tem visto sobre o caso e estar a analisar a informação, sem se comprometer com um eventual pedido de recusa do magistrado.
A polémica levou Pedro Bragança a questionar a imparcialidade do juiz: "não pediu escusa, não informou o tribunal, não colocou à consideração das partes. Nada", diz o comentador portista, que recorda o caso de outros juízes, no processo da divulgação dos e-mails encarnados. O juiz desembargador Eduardo Rodrigues Pires, a quem foi distribuído o recurso, pediu escusa por ser adepto benfiquista. Mas o presidente da Relação do Porto recusou.
Magistrado diz que coronavírus é "vírus chinês"
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Paulo Registo tem estado no seio de outra polémica. Num despacho do passado dia 2, referiu-se à Covid-19 como sendo um vírus chinês, o que levou a Liga dos Chineses em Portugal a questionar o Conselho Superior da Magistratura, para saber se o termo assenta em "discriminação racial ou alguma tendência xenófoba, e (ou) apenas o magistrado judicial deixou-se influenciar pela afirmação do presidente americano" Donald Trump.