Juiz pede mais dados e adia medidas de coação para traficantes do laboratório da Feira
A necessidade do juiz de instrução de Guimarães de obter dados complementares sobre a suposta atividade criminosa obrigou a novas diligências e ao adiamento para sexta-feira da leitura das medidas de coação para os três suspeitos de controlarem um laboratório de transformação de pasta de coca.
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Um argentino, alegado cabecilha, um colombiano e um português foram esta quinta-feira ouvidos pelo juiz sobre o laboratório de fabrico de cocaína – com capacidade de produção de dez quilos por dia - que terão montado em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro, e que, com dimensões consideráveis, se destinava à transformação de pasta de coca em cloridrato de cocaína”.
Os três são suspeitos de crimes de tráfico de estupefacientes agravado, associação criminosa, branqueamento de capitais e falsificação de documentos.
Além de produzirem a cocaína, os arguidos comercializavam-na em várias zonas do país – nomeadamente na do Minho, onde foram detetados – e usavam uma empresa de importação e exportação, propriedade do cidadão argentino, que tinha uma identidade falsa - quer para a vinda para Portugal da matéria-prima, a pasta de coca, quer para branquear o dinheiro obtido com a atividade ilícita.
O homem, diz a PJ de Braga, “foi utilizando esquemas aparentemente legais para fazer uso de meios e arrendamento de espaços onde, de forma dissimulada e aparentemente legal, pudesse desenvolver a atividade de aquisição internacional e transformação em produto estupefaciente”.
No decorrer das buscas efetuadas pela PJ foram visadas residências e armazéns, “constatando-se a presença de abundante material, centenas de litros de químicos, benzinas, ácidos e outros, bem como toda uma estrutura e parafernália apta a produzir, em processo contínuo diário, de entre cinco a 10 quilogramas de cocaína”.
“A operação, denominada Cristal Lab, permitiu, ainda, a apreensão de pasta de coca e cocaína, em quantidade que se estima em cerca de 15 quilogramas, suficientes para 75 mil doses individuais, bem como dezenas de quilogramas de precursores e substâncias de preparação”, refere também a PJ.