O Ministério Público (Fiscalia) espanhol pede oito anos e seis meses de prisão para Catarina Dias Loureiro, filha do ex-ministro Dias Loureiro, por suspeita de fraude fiscal e branqueamento de capitais. O caso envolve o seu marido, Alejo Morodo, e o sogro, Raúl Morodo, ex-embaixador de Espanha na Venezuela e em Portugal. Em causa estão cerca de 4,5 milhões de euros, recebidos por alegados serviços prestados à empresa pública Petróleos de Venezuela (PDVSA), e nunca declarados ao Fisco.
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A investigação, que já durava há alguns anos, foi dificultada por uma extensa trama de contas bancárias (incluindo em Portugal) e de empresas por onde passaria o dinheiro, que haviam, sido criadas pelo filho do embaixador.
Alejo Morodo, segundo o jornal "El País", dedicava-se a uma alegada prestação de serviços de consultoria jurídica, tendo criado três empresas para defraudar o fisco espanhol. A família do embaixador recebeu, segundo a acusação, mais de 4,5 milhões de euros da petrolífera venezuelana pagamentos que, refere o MP, não tinham uma "justificação real" ou "lógica comercial".
O MP realça que, entre 2007 e 2014, Alejo Morodo teve "uma aparente relação contratual com a PDVSA através de duas das suas empresas para a prestação de serviços de consultoria jurídica e consultoria internacional, para a qual estas empresas, apesar de não haver registo do desempenho efetivo destes serviços, receberam 6,6 milhões de euros".
"Parte dos benefícios obtidos integraram o património de Raúl Morodo, que os ocultou do Fisco", refere o magistrado.
É pedida uma pena de oito anos e seis de prisão para Alejo Morodo e Catarina Dias Loureiro e uma multa de 3,7 milhões de euros a cada um deles. O Ministério Público também exige que indemnizem o Fisco com 1,4 milhões de euros.
O embaixador, por seu lado, corre o risco de ser condenado a uma pena de três anos e seis meses de prisão e pagar uma multa de 378.700 euros e a indemnizar o Fisco em 126.222 euros.