Cinco das sete pessoas detidas esta semana por furtos de bicicletas, acessórios de ciclismo e ferramentas avaliados em mais de 300 mil euros integravam também o "Gangue dos Híperes", um grupo de Odivelas que tinha sido apanhado em Beja, a 11 de fevereiro, durante um furto a um hipermercado da cidade alentejana.
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Na altura, os cinco detidos foram levados ao Juízo de Instrução Criminal de Beja, mas seriam libertados sem serem ouvidos por um juiz. Ao JN, o procurador coordenador do Ministério Público (MP) de Beja invocou então o segredo de justiça e confirmou apenas que "os detidos não foram interrogados em primeiro interrogatório judicial de arguido detido".
Estavam sob investigação mais de três dezenas de inquéritos de furtos em diversas partes do país e, para não comprometer a investigação, a cadeia hierárquica do MP terá entendido que os detidos deveriam ser libertados, para lhes dar o sentimento de impunidade e de falta de provas consistentes.
Anteontem, a PSP deteve então sete suspeitos de furtos cometidos em 2019 e 2020, em lojas de bicicletas de gama alta e lojas de máquinas e ferramentas industriais, com recurso a arrombamento. A Polícia "estabeleceu a ligação do grupo a vários furtos em artigos superiores a 300 000 euros", mas suspeita que o mesmo "possa ser responsável pela subtração de bens de valor que ascendem a mais de 1 milhão de euros".
Desta vez, os detidos foram ouvidos por um juiz. Dois deles ficaram em prisão preventiva e os restantes com medidas de coação mais leves.