Lancha "voadora" atrelada a trator atolou e foi abandonada junto ao rio Mondego
Atrelado ficou atolado na areia e embarcação não chegou à água. Encontrados quatro mil litros de combustível para abastecer três potentes motores de um semirrígido que, suspeitam as autoridades, seria usado para traficar droga.
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A GNR detetou e recolheu mais uma lancha "voadora", normalmente usada para o tráfico de droga. A embarcação estava atrelada a um trator agrícola e foi abandonada na margem do rio Mondego, na Murraceira, Figueira da Foz, com 199 jerricãs cheios com quatro mil litros de combustível. Os traficantes não conseguiram levar a embarcação até à água, porque o atrelado que a transportava ficou preso na areia.
Ao JN, a GNR explica que a lancha "de alta velocidade, do tipo semirrígida", foi encontrada, no início deste mês, "imobilizada junto à margem sul do rio Mondego", na Murraceira. Estava "em cima de um reboque de transporte e atrelada a um trator agrícola" e os militares do Destacamento de Controlo Costeiro da Figueira da Foz presumem que que tenha sido ali abandonada, "porque o conjunto se encontrava atolado na areia".
A lancha "voadora não tinha registo, nem identificação e estava equipada com três motores de alta potência", que seriam alimentados pelos quatro mil litros de combustível que enchiam os 199 jerricãs também encontrados junto à embarcação.
"No local não foi detetado nenhum produto estupefaciente ou outro material associado, nem indícios de um eventual desembarque. No entanto, foram detetados 199 jerricãs com quatro mil litros de combustível, equipamentos de navegação, peças de vestuário, bens alimentares e demais recursos de apoio à navegação", descreve a GNR.
Recorde-se que este tipo de lanchas rápidas tem sido encontrado, cada vez com maior frequência, ao longo da costa portuguesa. São abandonadas por cartéis que as usam para recolher fardos de cocaína e haxixe largados em alto mar ou para traficar droga entre Marrocos e Portugal.
Tal como o JN avançou, só nos últimos dois meses foram, além desta encontrada na Murriceira, apreendidas cinco lanchas. E outras foram recolhidas pelas autoridades, mas não chegaram ao conhecimento público.
A lei portuguesa, mais branda quando comparada com a espanhola, fez com que as organizações criminosas abandonassem as operações em território espanhol para começar a traficar a partir de Portugal.