A Associação de Defesa para o Consumidor (DECO) informou esta quarta-feira que, 17 anos depois, os mais de 2800 portugueses lesados da Afinsa, a empresa de origem espanhola envolvida no escândalo de selos, conseguiram recuperar cerca de 13 dos 68 milhões de euros reclamados.
Corpo do artigo
A DECO informou, em comunicado, que todos os investidores portugueses envolvidos no caso foram reconhecidos como credores no processo de insolvência, tendo sido reconhecido o crédito relativo ao capital investido acrescido de juros, após uma longa batalha judicial.
O processo judicial decorreu em Espanha e contou com a colaboração da OCU, a congénere espanhola da DECo naquele país.
"Durante o processo de liquidação do património, a DECO manteve o acompanhamento de todos os consumidores que representava, na opção de se manterem como credores e virem a receber o valor que lhes coubesse da liquidação do património", finaliza a Associação de Defesa do Consumidor.
Tal como o JN noticiou, na altura, os clientes investiam em supostas coleções de selos, pelo menos em duas modalidades. Ou entregavam determinado montante de uma vez à Afinsa ou depositavam uma quantia mensal pré-contratualizada. Sempre com a promessa de altas taxas de rendimento que, alegadamente, seriam obtidas mediante a compra e venda de coleções de selos.
As autoridades espanholas concluíram, no entanto, que a atividade filatélica da Afinsa era residual e o que estava realmente em causa era um negócio de “caráter piramidal”, que deu o estouro em 2006, pondo em causa poupanças de 190.022 clientes.