Companheira e amiga, detidas esta semana pela Polícia Judiciária, também pagam avultadas quantias de caução. Organização terá lucrado cerca de meio milhão de euros com serviços sexuais.
Corpo do artigo
Os líderes de uma rede de prostituição de luxo, detidos pela Polícia Judiciária, foram libertados no final do primeiro interrogatório judicial, que decorreu nesta quarta-feira, no Tribunal de Instrução Criminal do Porto. No entanto, as duas mulheres e o homem tiveram de pagar avultadas cauções para evitarem a prisão preventiva.
O indivíduo, definido pela investigação como o principal mentor do esquema que durava há seis anos, ficou sujeito ao pagamento de uma caução de 50 mil euros e a sua companheira terá de entregar 30 mil euros. Já a comparsa viu o juiz de instrução criminal aplicar-lhe a caução mais baixa: sete mil euros.
As medidas de coação dos arguidos incluem ainda a proibição de contacto entre si e apresentações semanais às autoridades policiais da área de residência. No caso do homem, as apresentações são trissemanais, enquanto as mulheres têm de se deslocar ao posto policial uma vez por semana.
Contratadas através de site de classificados de serviços sexuais
Tal como o JN avançou, os três, com idades entre os 34 e os 46 anos, são suspeitos de lucrar, pelo menos, meio milhão de euros com uma rede de prostituição de luxo. Todos estão indiciados por tráfico de pessoas, lenocínio agravado, auxílio à imigração ilegal, fraude fiscal e branqueamento.
O esquema foi desmantelado pela Polícia Judiciária do Porto esta semana, depois de três mulheres, obrigadas a entregar a maior parte dos 150 euros que cobravam por uma hora de serviços sexuais, terem denunciado a organização.
O casal, residente numa quinta de Amares, e a comparsa, a viver no Porto, tinham tudo muito bem delineado. Por indicação de outras prostitutas que já estavam em Portugal, convidavam mulheres (todas oriundas do Brasil e que preenchiam os requisitos de beleza e apresentação estabelecidos) a atravessarem o Atlântico com o intuito de aqui se prostituírem.
As vítimas entravam no país com um visto de turista e sabendo o que as esperava, mas sem desconfiar que, uma vez instaladas, lhes seriam retirados os documentos de identificação. Findo o período do visto, permaneciam em Portugal ilegalmente e dependentes dos cabecilhas da rede.
Dedicavam-se unicamente à prostituição e eram contratadas através de um site de classificados de serviços sexuais. Apesar de viverem num apartamento luxuoso do Porto e usufruírem de alguns luxos, a maioria dos 150 euros/hora que cobravam era entregue aos líderes da rede agora detidos.